O futebol brasileiro é um mercado único do futebol global, pelos milhões de adeptos espalhados pelo país e pela paixão que o desporto mais popular do planeta desperta nos brasileiros. Nos últimos anos, segundo análise da empresa Crowe Horwath RCS os clubes brasileiros aumentaram consideravelmente a participação do adepto nas suas receitas e a perspectiva para os próximos seis anos é extremamente positiva. A participação mais activa das receitas geradas directamente com o adepto de futebol, ajuda os clubes a terem novos recursos para investir em equipas mais competitivas. Isso acaba por resultar numa satisfação dobrada para os apaixonados adeptos, que recebem um tratamento de cliente preferencial e também por verem as suas equipas cada vez mais competitivas.
Segundo análise da área Esporte Total da Crowe Horwath RCS, o mercado brasileiro de clubes de futebol, movimentou pouco mais de R$ 800 milhões (323 M€) em 2003, superando R$ 1,7 bilhão (687 M€) em 2008. E a perspectiva até a Mundial no Brasil é extremamente positiva, podendo superar R$ 3 bilhões (1.312 M€) no final de 2014. A projecção foi fundamentada nos dados financeiros dos últimos seis anos e na construção de cenários futuros para o período de 2009 a 2014.
Evolução das Receitas – Mercado Brasileiro-2003-2008 (em R$ Milhões)
(Fonte:Crowe Horwath RCS 2009)
As receitas geradas pelos clubes brasileiros apresentaram uma profunda evolução, com um crescimento de 115% no período, impulsionado pelo incremento das receitas geradas com todas as principais fontes de receitas. Os recursos provenientes das transferências de atletas apresentaram uma taxa média de crescimento de 15% ao ano (a.a.), as cotas de TV cresceram 7%a.a., clube social e esporte amador 18% a.a., patrocínio e publicidade 20%a.a. e bilheteria 23%a.a.
As receitas que mais evoluíram em termos percentuais são aquelas que estão mais associadas à melhoria do ambiente de negócios do mercado brasileiro, como a exploração dos recursos gerados com projectos de marketing e venda de ingressos. A receita com TV que evoluiu abaixo das outras fontes, apresentará grande evolução já em 2009, com o novo contrato em vigência da Rede Globo e Globosat para a Série A e para os próximos anos pela remuneração variável das vendas de pay per view , além de uma nova negociação para o triénio 2012-2014. Os recursos com as transferências de atletas continuam sendo a principal fonte de receitas do mercado brasileiro e devem seguir crescendo nos próximos anos, mas abaixo da média das outras fontes.
As fontes com maior potencial de crescimento são as que se converterão em receitas com os estádios, que inclui bilheteira, outros serviços nos jogos e actividades em dias que não há partidas e marketing, que além de patrocínio e publicidade, englobam licenciamento da marca e uma infinidade de acções de mercado através dos parceiros ou directamente com o torcedor”.
As receitas com o clube social e desporto amador apresentaram grande evolução nos últimos seis anos, impulsionados pelos recursos gerados por alguns clubes com seus quadros sociais e especialmente com os novos projetos de sócio torcedor. Já os ganhos com patrocínio e publicidade foram resultado directo da ampliação do interesse das empresas patrocinadoras por essa estratégia de mercado, o que resultou em uma evolução dos valores das cotas de patrocínio dos clubes e novas alternativas de exposição e associação de marcas patrocinadoras.
Em 2003, essas três fontes de receitas geraram R$ 214 milhões (86 M€), valor que representava 27% do total gerado pelo mercado brasileiro de clubes de futebol. Em 2008 as três fontes foram responsáveis por R$ 630 milhões (254 M€) em recursos, saltando para 36% do total.
Entre as mais variadas fontes de receitas, os recursos oriundos da bilheteira são cada vez mais importantes e apresentaram grande evolução nos últimos seis anos, consequência da melhora dos serviços com venda de ingressos e ampliação do preço médio das entradas, que vêm valorizando essa fonte a cada ano. Embora seja um mercado complicado, por diversas particularidades, esta receita que representava 7% dos recursos dos clubes em 2003 e atingiu 11% em 2008.
Para os próximos anos, essa fonte de receita tem grande perspectiva de crescimento, pela conversão da bilheteria em uma fonte mais ampla, que engloba outros recursos, conhecida na Europa com matchday, ou o dia do jogo e pela perspectiva de novos estádios por conta da Copa de 2014. A frequência de público nos jogos e os hábitos de consumo desses espectadores se tornaram um dos mais importantes activos no futebol europeu.
Projecção Evolução das Receitas – Mercado Brasileiro em R$ milhões
Os próximos anos serão muito positivos para o mercado brasileiro, que deve atingir R$ 1,9 bilhão (767 M€) em receitas geradas em 2009, superar R$ 2,6 bilhões (1.050 M€) em 2012 e ao final de 2014 superar R$ 3 bilhões (1.212 M€) . Para chegar neste volume em 2014 o crescimento dos recursos gerados deve ser de aproximadamente 69% no período, o que representará cerca de 60% do crescimento registado entre 2003-2008.
Em um cenário mais optimista, especialmente com a maximização dos recursos gerados com os novos estádios e aquecimento do mercado do futebol graças a Copa de 2014, este montante pode ultrapassar R$ 3,4 bilhões (1.373 M€) , o que resultaria em dobrar o tamanho do mercado brasileiro entre 2009 e 2014.
Segundo a análise da Crowe Horwath RCS para os próximos seis anos (2009-2014) sobre o mercado brasileiro de clubes de futebol, ao final de 2014, os recursos gerados com transferências de atletas devem superar R$ 800 milhões (323 M€) , as cotas de TV e novas mídias, mais de R$ 700 milhões (282 M€) , social e amador mais de R$ 500 milhões (202 M€) , exploração comercial da marca R$ 480 milhões (193 M€) e os estádios outros R$ 400 milhões (161 M€). As receitas com marketing, estádios e sócios devem representar 47% do total, uma melhora de 30 pontos percentuais em relação a 2008 e 74 pontos percentuais em comparação com 2003.
A realização da Copa do Mundo no Brasil pode ser o catalisador de investimentos para construir uma perspectiva extremamente positiva para o mercado do futebol, graças à construção e reforma de estádios e também pela ampliação do interesse midiático e mercadológico pelo futebol brasileiro.
Colaboração
Amir Somoggi – Prof. de Marketing Desportivo e Planeamento Estratégico de Clubes de Futebol e Especialista em gestão e marketing de clubes de futebol na Crowe Horwath RCS, Auditoria e Consultoria.
Amir Somoggi – Prof. de Marketing Desportivo e Planeamento Estratégico de Clubes de Futebol e Especialista em gestão e marketing de clubes de futebol na Crowe Horwath RCS, Auditoria e Consultoria.
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