Em recente estudo, a Jambo Sport Business analisou os números referentes ao público pagante dos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2012 http://www.slideshare.net/jambosb/comportamento-da-demanda-por-ingresso-campeonato-brasileiro-de-futebol-2012 e, baseado nesses, buscou identificar alguma correlação com fatores como classificação dos clubes, capacidade do estádio e preço dos ingressos.
Diante de todos os pontos abordados no estudo, foi possível concluir o quão complexo é precificar ingressos no futebol e que seria pretensioso tentar estimar a elasticidade ao preço dos ingressos nesse campeonato, visto se tratar de um processo em que diversas variáveis, muitas das quais incontroláveis, afetam a demanda.
Dessa forma, temos que os principais fatores que influenciam o público são:
- TAMANHO DA TORCIDA
- ATRATIVIDADE DOS JOGADORES, já que a presença de ídolos e craques carismáticos pode contribuir para a ida ao estádio.
- IMPORTÂNCIA DO JOGO, e aqui independe muitas vezes das chances de disputa de título.
- ACESSO AO ESTÁDIO, onde se contempla o tempo e opções de locomoção, facilidade de estacionamento e demais atributos ligados ao conforto.
- HORÁRIOS E DIAS DOS JOGOS
- O fato de um TIME ESTAR DISPUTANDO MAIS DE UMA COMPETIÇÃO também é capaz de influenciar a ida aos jogos, pois muitas vezes o torcedor precisará priorizar alguns jogos de forma que seu orçamento não seja impactado.
- Por fim, impacta também a demanda FATORES MACROECONÔMICOS mais abrangentes, tais como índice de emprego, inflação e até juros.
PÚBLICO COMO MANDANTE |
Obviamente um ambiente em que exista uma economia madura e produtos como o season ticket já estejam aculturados à sociedade, torna mais fácil a análise de elasticidade, porém, infelizmente, ainda não é o caso do Brasil.
Além disso, é importante salientar que, mesmo se conseguíssemos expurgar os efeitos das variáveis citadas, os dados coletados não seriam suficientes para definir o grau de elasticidade, pois para isso seria necessária uma série histórica de relativa significância.
Deve também ficar claro que a demanda pelo produto não pode ser o fator exclusivo para precificação, já que os custos têm fator preponderante na formação do preço. Nada adianta ter um preço que eleve a demanda, se o mesmo não remunerar os custos envolvidos.
Evidentemente que a operação dos clubes não pode depender unicamente da renda obtida nos jogos para financiar as despesas envolvidas com o futebol, mas também não é possível que tal linha não tenha uma representatividade significativa na composição de receitas.
Portanto, o preço do ingresso deve ser coerente e compatível com o poder aquisitivo médio do torcedor, entretanto não é com certeza, fator determinante para definir o volume de público das partidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário