O jogador de futebol Mario Götze, um dos mais admirados meias da nova geração alemã, foi apresentado oficialmente na noite desta terça-feira por seu novo clube, o Bayern de Munique. Junto com ele, o clube apresentou o defensor Jan Kirchhoff. Mas a grande atração do evento, transmitido para o mundo todo, foi o mais novo capítulo da batalha entre Nike e Adidas, as duas maiores fornecedoras de material esportivo do mundo.
Os dois atletas são patrocinados pessoalmente pela Nike. Já o clube alemão, além de ter a Adidas como sua fornecedora, a tem como acionista, com quase 10% de suas ações. Como o evento era do clube, a chance de exposição da Nike seria zero. Seria. Os dois jogadores foram à apresentação vestindo roupas Nike. O defensor, ao menos, não tinha em sua roupa o famigerado logo da fornecedora. Já Mario Götze, estrela principal da noite, não só foi com uma roupa Nike, como escolheu uma peça que trazia o logo da empresa com grande exposição.
A Adidas, que patrocina o Bayern de Munique há décadas e tem na equipe alemã um de seus mais fortes laços com o esporte, prontamente chiou. E não fez de forma reservada. Oliver Brüggen, porta-voz da empresa alemã, falou logo após o evento à imprensa: “As imagens com Mario Götze surpreenderam negativamente a Adidas. Por contrato, isso não é permitido, já que se tratava de um evento do Bayern de Munique patrocinado por nós”. E sem permitir mais perguntas, mas demonstrando o tom do imenso incômodo, concluiu: “Já apresentamos nossa insatisfação ao Bayern”.
Markus Hörwick, diretor de mídia do Bayern de Munique foi imediatamente convocado para abafar a situação e emitiu a declaração oficial: “Já chamamos a Adidas e apresentamos nossas desculpas sobre o ocorrido. Mario Götze tem direito através de seu contrato com a Nike para usar os produtos em campo, mas é claro que deve atender aos requisitos do clube em eventos oficiais. Lamentamos e podemos assegurar à Adidas que isso não vai mais acontecer”.
Nessa altura, contudo, o estrago já estava feito. Veículos de imprensa do mundo inteiro, estimulados pelas redes sociais, falam sobre o fato. O evento que era para ser uma festa para o Bayern, virou um pesadelo. E isso só aconteceu por absoluta incompetência do clube alemão. Porque não há como impedir que seus atletas tenham seus patrocínios pessoais. Mas é fundamental zelar pela marca dos patrocinadores do clube, únicos que devem (ou deveriam) ter, exposição destacada, principalmente em seus eventos oficiais.
Fica a dúvida apenas se não teria a própria Nike orientado os jogadores a cometerem este “lapso”. A empresa jurará que não. Mas mesmo que a resposta seja negativa, Mario Götze deve receber um afago generoso da fornecedora norte-americana por seu desempenho em Munique. Porque se o jogador era pra ser um presente apenas para a fanática torcida alemã, também se mostrou um grande regalo enviado pela Nike diretamente ao Bayern. Grande como um cavalo. De Tróia.
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