LUCAS REIS
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Homenagear aquele Santos bicampeão do mundo tem custado caro para três grandes empresas.
Os principais jogadores do esquadrão que fez sucesso nos anos 60 enfrentam batalhas judiciais pelo uso indevido de suas imagens.
E levantam a discussão sobre a exploração da imagem de grandes ídolos do passado por parte dos clubes.
A decisão mais recente, de 31 de maio, condena a Umbro a pagar R$ 40 mil individualmente para Lima, Pepe, Dorval, Gilmar, Mengálvio e Coutinho. Cabe recurso. Na decisão em primeira instância, a Umbro saiu vitoriosa.
Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC |
Pepe, ex-jogador do Santos |
Os seis jogadores mais Zito, Ismael, Raul e a família de Almir Pernambuquinho também acionaram a Telefônica, que lançou cartão telefônico homenageando a Libertadores de 1962. A companhia espanhola pagou, em 2007, 50 salários mínimos para cada um dos dez jogadores.
Também corre na Justiça ação parecida, de oito jogadores, contra os Correios. Em 2001, a companhia lançou selos comemorativos aos campeões brasileiros da Libertadores. Na edição santista, a tarja de folha de 20 selos trazia a foto do time.
"Bastaria a Umbro ter nos pedido autorização", disse à Folha o ex-atacante Pepe, presente nos três processos.
Advogado dos atletas, Miguel Galante Rollo diz que as empresas tinham autorização do Santos para usar apenas o escudo do time.
"Cada um dos ex-jogadores deveria autorizar. Não caberia ao Santos conceder a autorização, já que o clube não detinha o direito de imagem deles", afirmou Rollo.
Segundo ele, o que motivou as ações foi o fim comercial do uso. "Eram homenagens, mas visavam lucro."
A Umbro afirma ter ficado "surpresa" com a ação e diz que vai recorrer da decisão.
"Temos uma relação de muitos anos com o Santos, e nós temos os direitos de imagem do clube", declarou Francisco Machado, diretor do Grupo DASS, que representa a Umbro no Brasil.
Os Correios informaram que a imagem foi cedida pelo Santos e que as indenizações cabem ao clube. "Sobretudo por se tratar de imagem obtida em acontecimento público", informa nota, que ressalta o "intuito cultural e informativo da imagem".
A Telefônica diz que indenizou os atletas e sempre "agiu de boa-fé, tendo celebrado contrato com o Santos, visando usar seus símbolos e contar sua história".
Mário Mello, responsável pelo departamento jurídico do Santos entre 2003 e 2009, defende o clube. "O Santos não pode autorizar o uso de imagem de ex-jogadores."
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