domingo, 20 de outubro de 2019

Bahia lança camisa manchada em manifestação ao vazamento

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Equipe tricolor entra em campo nesta segunda-feira contra o Ceará pelo Campeonato Brasileiro


Redação, O Estado de S.Paulo
20 de outubro de 2019 | 13h29

Bahia entra em campo nesta segunda-feira pelo Campeonato Brasileiro diante do Ceará com uma novidade. Para a ocasião, o time divulgou, neste domingo, que vai atuar com uma camisa manchada de preto, de óleo preto. A manifestação se deve pelo vazamento de petróleo que ocorre nas praias do Nordeste do Brasil e tomou conta do noticiário do País, ainda sem resolução.

Vazou... também na camisa do Esquadrão. 
Por medidas de redução do impacto ambiental e pela punição aos responsáveis, nossas camisas estarão manchadas de óleo no jogo de amanhã - como as praias do Nordeste.
As manchas de óleo foram detectadas na região pela primeira vez em 30 de agosto. Desde então, já houve 187 áreas afetadas em 77 municípios dos nove Estados da região. Ainda não se sabe a origem do vazamento. A força-tarefa de limpeza conta com 1.583 militares de 48 organizações e 74 civis, informou que mais de 200 toneladas de resíduos contaminados já foram isoladas. Moradores também ajudam nos trabalhos de contingenciamento do óleo.
Após a repercussão da camisa nas redes sociais, o Bahia também anunciou que elas serão leiloadas após a partida e a renda será revertida ao trabalho de limpeza das praias no Estado. 

🆘🏖️ A repercussão tá linda. Linda demais! Mas não ficaremos nisso. Camisas da ação serão leiloadas com renda revertida ao trabalho de limpeza das praias com manchas de óleo na Bahia


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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Qual o estágio das transmissões de futebol no Brasil?



ARTIGOS




Graças especialmente à entrada do DAZN na transmissão de eventos esportivos em 2018, uma pergunta comum que venho recebendo em palestras, apresentações de trabalhos e aulas (enquanto estudante de doutorado ou professor) é sobre a situação da transmissão do futebol no Brasil.
Apresentaremos a situação atual considerando a defrontação de capitais, seguindo adaptação da Economia Política da Comunicação dos estudos heterodoxos de análise de concorrência para análise dos mercados comunicacionais, entendendo, a partir de Possas (1987, p. 173, grifos do autor), que a concorrência é considerada como o “motor básico da dinâmica capitalista”, em que as estruturas de mercado representam a busca por derrubada e manutenção das barreiras à entrada e o alcance da liderança.
Quando comecei a estudar a apropriação midiática do futebol, em 2010, tínhamos um cenário claro. Controle do Grupo Globo (então “Organizações Globo”) na TV aberta, na TV fechada e na oferta do pay-per-view dos direitos dos torneios nacionais e da Seleção brasileira. Na TV fechada, a ESPN Brasil (Disney) transmitia os principais torneios europeus. Enquanto a Rede Record havia adquirido os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos (Verão e Inverno) por dois ciclos.
De lá para cá, a Record foi perdendo o fôlego na disputa por direitos esportivos, acabando praticamente com qualquer disputa na TV aberta, após a Globo atuar de forma muito forte para assegurar a transmissão exclusiva do Brasileiro a partir de 2012.
Entretanto, na TV paga, entraram os canais Fox Sports, com o bônus dos direitos da Libertadores, e o investimento do grupo Warner Media (então “Time Warner”) nos canais Esporte Interativo, que adquiriram por dois triênios seguidos os direitos da Liga dos Campeões da Europa. Isso acabou com o duopólio de concentração de direitos, gerando batalhas para a entrada nas duas principais distribuidoras do país (Net e Sky).
Fonte: eiplus.com.br
Assim, viveu-se uma década de grande aumento nos direitos de transmissão, numa tentativa de novos agentes de derrubar as barreiras de mercado presentes e se colocarem como líderes. É nesse âmbito que já em 2012 o Esporte Interativo desenvolve o EI Plus enquanto plataforma que poderia ser adquirida à parte (OTT – Over The Top), com a transmissão de todos os campeonatos que a empresa detinha os direitos, com alguns jogos em exclusividade apenas pela plataforma.
Porém, a tendência de crescimento de assinantes de TV paga mudou a partir de 2014, com crise econômica, aumento do desemprego e diminuição do salário real (descontada a inflação) e a maior oferta de plataformas de internet mais baratas. O efeito mais visível foi ver que a transmissão de eventos de forma exclusiva mudou para uma negociação por divisão e troca de direitos, com alguns deles não sendo adquiridos (casos dos campeonatos italiano e francês na temporada 2018/2019) e caindo no colo de novas plataformas.
Outros efeitos mais estruturais no mercado de TV fechada foram o fim dos canais Esporte Interativo em 2018; e a venda dos canais Fox para a Disney, forçando uma compra dos canais Fox Sports por outra empresa que não seja a própria Disney ou o Grupo Globo, o que pode redundar numa volta ao duopólio na TV fechada.
Enquanto isso, cada grupo produtor de conteúdo audiovisual passou a isolar a sua plataforma de streaming. Focando nos esportes, o Grupo Globo possibilitou a assinatura dos canais Combate e do Premiere FC apenas para mídias móveis, sem a necessidade de ser assinante de operadora de TV fechada; a Fox criou o Fox Premium; o EI Plus é ofertado também para clientes da Tim, da Nextel e da Vivo, dentre outros parceiros; enquanto surgiram diversas novas plataformas: DAZN; Live FC (Copa do Nordeste); My Cujoo (plataforma de transmissão de futebol com poucas câmeras e em acordos com a CBF e outras federações); TVN Sports (sociedade com o Grupo Netshoes) para esportes como futsal, basquete feminino e automobilismo; além das transmissões em Twitter e Facebook – com as quatro últimas sendo gratuitas.
Fonte: dazn.com.br
Quando a CBF resolveu transmitir dois amistosos da Seleção (contra Austrália e Argentina) na TV Cultura e pelo Facebook, tentando aumento nos valores recebidos para amistosos e jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA 2022 da seleção masculina principal, eu já via isso como um problema de limitação de acesso, pois a maior parte da população brasileira tem acesso à internet pelo pacote de dados de telefonia móvel, que não suporta por muito tempo transmissão de vídeo.
Além disso, a evolução tecnológica na transmissão de imagens (da TV digital à internet) trouxe mais demora para que o sinal seja exibido nas nossas casas, o que faz com que jogos na TV aberta ou anúncio de gols em aplicativos possam ser mais rápidos, podendo mudar a lógica de acompanhamento.
Mas o grande problema se vê neste momento, não só para o caso do nicho esportivo. A maior “oferta” de canais para acompanhar futebol faz com que o torcedor tenha que ser assinante de diversas plataformas, o que, na soma, pode dar mais que o pacote básico da TV fechada. Lembrando que não houve uma difusão de conteúdos esportivos relevantes (Brasileiros de Séries A e B, Liga dos Campeões da Europa, jogos de Seleção etc.) em plataformas de empresas diferentes, mas restritos àquelas de determinado conglomerado ou empresa. Num futuro próximo, isso pode se tornar um modelo inviável financeiramente para o mercado brasileiro – como já ocorreu na própria TV paga ao atingir seu ápice de assinantes.
A lógica já utilizada pelo EI Plus (Warner Media) nos parece ser uma solução possível em médio prazo, em que, além da venda direta para o cliente, o acesso a determinados torneios possa ser vendido em bloco por uma intermediária. O DAZN, por sinal, assinou acordo em agosto deste ano com a TIM para o Campeonato Italiano entrar no serviço de audiovisual da gigante de telefonia.
Assim, é importante olhar isso com cuidado, entendendo que estamos vivenciando um processo de mudanças e é difícil ter uma definição sobre o futuro. Basta olhar o que mudou no que se pensava há 5 anos, auge da Netflix na oferta de conteúdo audiovisual – viu-se nos últimos anos uma pluralidade de empresas atuantes no setor. Esses casos confirmam a seguinte afirmação de Possas (1980, p. 108):
Este [processo competitivo] aparece como um processo de ruptura da “estrutura competitiva” estabelecida, via de regra através da introdução de inovações (tecnológicas, de produtos, de novos mercados) ou da centralização de capitais existentes (em termos gerais, modificação na distribuição das parcelas do mercado, o que abrange a entrada ou saída de capitais no ramo considerado). O impacto desta alteração da “estrutura competitiva” tenderá a difundir-se ou a acomodar-se em maior ou menor rapidez, em função da própria origem e intensidade da ruptura inicial e das características estruturais (tecno-produtivas e de concorrência) do ramo em questão.
No caso da produção de bens simbólicos em plataformas midiáticas, as mudanças se dão cada vez num tempo menor e, inclusive, exigem mudanças na legislação – a Ancine esteve até o dia 14/10 com consulta pública sobre o impacto regulatório no VOD (Vídeo Sob Demanda). Resta acompanhá-las até o momento em que a estrutura possa vir a se acomodar.
Nota de fim
¹ Em agosto, eu participei de um episódio do podcast 45 de Acréscimo sobre “Novas formas de transmissão”.
Referências bibliográficas
POSSAS, Mário Luiz. Dinâmica e concorrência capitalista: uma interpretação a partir de Marx. São Paulo: Hucitec, 1989.
POSSAS, Mário Luiz. Estruturas de mercado em oligopólio. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 1987.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Vasco apresenta nova camisa 3, toda branca e com escudo modificado


Vasco apresentou nesta terça-feira sua nova camisa 3 para a temporada.
A camisa para os jogadores de linha será predominantemente branca, com golas e detalhes na manga na cor preta. O calção também é preto.
A inspiração está em um dos modelos de uniforme utilizado pelo goleiro Nelson da Conceição há um século. Ele foi o primeiro goleiro negro do Vasco e da seleção brasileira, contribuindo para a luta contra o racismo no esporte, especialmente no futebol.
O arqueiro defendeu o Cruzmaltino entre 1919 e 1927, atuando em 191 jogos e colaborando para alçar o clube ao patamar dos grandes da cidade do Rio de Janeiro.

Já o meião em preto e branco faz referência ao modelo usado pelo Vasco na primeira e vitoriosa viagem do time à Europa, em 1931, quando conquistou a Copa Myrurgia derrotando o Barcelona, da Espanha. Na mesma excursão pelo Velho Continente, a equipe superou outras grandes forças da época, como o trio de ferro português: Porto, Benfica e Sporting.
Uma das grandes novidades da peça é o escudo. Ele é inspirado em um dos elementos que compõem o troféu "Bodas de Ouro", doado ao clube por portugueses residentes no Brasil em comemoração ao Cinquentenário do Vasco (1898-1948). No troféu, o escudo traz uma versão estilizada da Cruz de Cristo encarnada. Na camisa três, o escudo é mais próximo da Cruz da Ordem Militar de Cristo.
O uniforme chega às lojas nesta quarta-feira, dia do 121º aniversário do Vasco.

Fortaleza se queixa da Turner e faz protesto em camisa do clube

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Presidente do clube reclama de valor pago pela emissora de TV


Alex Sabino
SÃO PAULO
Irritado com a Turner, o Fortaleza fez seus jogadores entrarem em campo para enfrentar o Internacional no sábado (17), pelo Campeonato Brasileiro, usando camisas com  "-14" estampados.
Era um protesto pela desigualdade no pagamento das cotas de TV feitas pela emissora. A partida foi transmitida pelo TNT, canal que faz parte da Turner. 
O símbolo e o número representam a diferença entre os valores recebidos pelo Fortaleza e pelos outros que fecharam contrato com o canal até 2024. De acordo com o presidente do time, Marcelo Paz, PalmeirasSantos, Internacional, Ceará, Bahia, Athletico-PR dividiram R$ 140 milhões de partes iguais. Cada equipe ficou com R$ 23 milhões. O Fortaleza recebeu R$ 9 milhões. 
Consultada pela Folha, a assessoria de imprensa da Turner disse que a empresa “não comenta sobre contratos e sua relação com os clubes e os termos dos contratos são confidenciais.”
Jogadores do Fortaleza (à esq) entram em campo com camiseta escrito "-14"
Jogadores do Fortaleza (à esq) entram em campo com camiseta escrito "-14" - Reprodução/TNT
"O Fortaleza tem o direito de protestar contra essa situação, que julgamos ser totalmente absurda dentro da divisão de cotas no futebol brasileiro. É como se em uma corrida de 100 metros, seis times largassem com 23 metros, e o Fortaleza com 9 metros, e ainda tendo que chegar na frente dessas equipes", reclama Paz.
Ele alega que a disparidade de valores causa desequilíbrio esportivo e dificulta a gestão, já que os torcedores cobrariam investimentos no elenco que o clube não poderia fazer. 
Entre os sete clubes do Campeonato Brasileiro da Série A que têm contrato com a Turner, o Fortaleza foi quem recebeu menos de luvas: R$ 3 milhões. Embolsará também a menor fatia do bolo na divisão do dinheiro prometido pela emissora. Embora esteja descontente com um contrato que foi assinado pela própria agremiação (algo que Paz reconhece), o grande aborrecimento do cartola é outro.
“Minha maior crítica é ao discurso deles. A Turner entrou no mercado como? Pregando igualdade e prometendo não fazer o que a Globo fez. Disseram que promoveriam uma democratização dos direitos de TV. Não posso ficar satisfeito com uma empresa que prega a igualdade e faz outra coisa”, reclama.
Na próxima rodada, a emissora terá direito de transmitir a partida do Fortaleza contra o Santos, na Vila Belmiro. Será domingo (25), às 16 horas.
Os contratos dos clubes com a Turner foram acertados em 2017 e passaram a valer no Brasileiro deste ano. Quando os documentos foram assinados, o Fortaleza estava na Série B. 
“O Bahia, por exemplo, teve R$ 40 milhões. Os outros seis clubes vão dividir um valor em torno de R$ 120 milhões”, completa Paz.
Inicialmente, os valores seriam distribuídos no esquema chamado de 50-25-25: 50% divididos em partes iguais, 25% pela classificação final no torneio e 25% pela quantidade de partidas transmitidas. Mas os clubes que assinaram com a emissora (menos o Fortaleza) conseguiram mudar o acordo e puderam pedir imediatamente a antecipação dos R$ 23 milhões cada. 
“O Fortaleza foi o melhor custo-benefício da Turner. Por um valor muito pequeno, porque estávamos na Série B, eles terão direito de transmissão de todos os nossos jogos contra as outras seis equipes. O problema é que eles não reconhecem isso”, continua o presidente.
Esta é outra queixa. O dirigente diz ter tentado renegociar o contrato do Fortaleza com a Turner porque acreditava que o clube merecia uma valorização. Segundo Paz, a emissora se negou a conversar.
O presidente diz saber que o canal renegociou neste ano os contratos de todas as outras seis equipes, pagando mais do que elas já tinham direito.
“Não tem mais o que fazer. Eles não tiveram a sensibilidade de igualar [o acordo do Fortaleza com os demais]. Mudaram o contrato do Ceará, mudaram o contrato do Bahia, mudaram os contratos de todos os outros, menos o nosso”, finaliza.
Não se trata do primeiro clube que mostra descontentamento com a Turner. Outros clubes se queixaram do tratamento dado à emissora ao Palmeiras, que recebeu cerca de R$ 100 milhões de luvas pelo contrato em TV fechada do Brasileiro. Algo que o canal nega ter acontecido.




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