LUIZ COSENZO
RAFAEL VALENTE
DE SÃO PAULO
A contratação do meia Kaká não é o único passo do Orlando City para cativar os torcedores brasileiros. O clube pensou até na cor da camisa para conseguir o objetivo. Ao ser fundado em 2010, o uniforme da equipe tinha a cor vermelha. O roxo e o branco eram secundários. Desde 2013, quando o brasileiro Flávio Augusto da Silva, 43, se tornou proprietário do time, o roxo passou a ser predominante no uniforme. "Quando decidimos pela cor roxa foi por entendêla como uma cor neutra.
Nenhum grande clube do Brasil tem essa cor no uniforme. Não haveria resistência. Por isso, roxo é nossa cor principal", diz o carioca admitindo que uma das metas do clube é ser o segundo time de cada brasileiro. Para a ideia vingar, Silva sabe que é necessário ter resultados expressivos. "Como é o nosso primeiro ano, esperamos ter uma participação relevante. Temos muito o que aprender, mas queremos chegar nos playoffs, que correspondem às quartas de final. Nosso projeto é disputar o Mundial de Clubes em três anos", diz.
O investimento em Kaká já ajudou. Ele é o jogador mais famoso do clube e a presença dele fez todos os ingressos para a estreia do time contra o New York City, no domingo (8), esgotarem rapidamente.
A equipe também comercializou 14 mil season tickets (pacote de ingressos para toda a temporada),que variam de 450 a 1.400 dólares. "Kaká é o nosso embaixador nos EUA e em todos os continentes. Ele movimenta a cidade. As pessoas estão entusiasmadas nas ruas. Fechamos dezenas de patrocinadores. Ele é a figura central de nossa estratégia", diz Silva. O orçamento do clube americano com futebol é de 11 milhões de dólares (R$ 32 milhões) por ano.
EMPREENDEDOR
O brasileiro dono do Orlando City é torcedor do Flamengo e o envolvimento com futebol surgiu quando morou nos EUA, entre 2009 e 2012. Na época, acompanhava o filho em treinos e jogos e viu o envolvimento do americano pelo esporte. "Vi que era um público muito grande. Muitos pais, mães, famílias, irmãos. O futebol era algo muito relevante nos EUA", diz.
O retorno que obteve ao vender a escola particular de inglês formada por ele em 1995 possibilitou que Silva comprasse o Orlando City.
Ele recebeu quase R$ 1 bilhão pela operação ainda no início de 2013. Estudou o futebol nos EUA e conseguiu virar dono do clube no final daquele ano.
"Quando comprei o clube, ele estava numa segunda divisão. Adquiri com o objetivo de levar para o MLS [como é chamada a elite da liga], o que exigia um investimento muito maior".
Hoje, Silva está satisfeito com o investimento, coroado com a vinda de Kaká. Assim, o Orlando ganhou projeção. "Tenho relacionamento com o Kaká há quatro anos. Ele foi garoto propaganda da minha escola. O perfil dele como atleta corresponde ao que os americanos gostam"
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