quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Veja como fusão de cervejarias pode tirar R$ 1 bilhão do esporte norte-americano

Brady durante o Super Bowl

NFL é uma das ligas que podem ser prejudicadas pela fusão
Uma fusão histórica entre marcas cervejeiras, anunciada nessa terça-feira, pode significar uma queda enorme no valor que as quatro maiores ligas esportivas dos Estados Unidos recebem em patrocínios, por praticamente acabar com a concorrência no setor. A SABMiller, segunda maior do mundo no setor de cervejas, aceitou a última oferta de compra da líder do mercado, a AB InBev, pelo valor equivalente a U$ 109 bilhões (R$ 414 bilhões).
SABMiller e AB InBev, que tem parte do capital brasileiro, somam, juntas, vendas anuais de aproximadamente U$ 81 bilhões, segundo o site de notícia Bloomberg. O ramo cervejeiro é, junto com o alimentício, o mais ativo nos patrocínios da Major League Baseball, de acordo com a empresa de pesquisa e consultoria IEG, e ocupa o terceiro lugar na NBA, o quinto na National Hockey League e o sexto na NFL.
Juntas, as quatro maiores ligas esportivas dos Estados Unidos têm patrocínios anuais de U$ 2,9 bilhões (R$ 11 bilhões), de acordo com um relatório elaborado pela IEG no ano passado.
O estudo não lista o valor referente aos comerciais de cerveja, mas estima que a AB InBev e a SABMiller representem mais da metade deste valor. Tony Ponturo, ex-vice-presidente de marketing esportivo da Anheuser-Busch, disse ao Bloombergque a compra da SABMiller pode cortar em 20% essa parcela do patrocínio de cervejas, ou quase R$ 1 bilhão.
No último ano, AB InBev gastou mais de U$ 15 milhões por 3 minutos e meio de um comercial durante o Super Bowl, segundo a Kantar Media. A empresa, segundo patrocinador mais ativo da NFL, atrás apenas da Gatorade, está no quinto ano de um contrato de seis anos por U$ 1,2 bilhões com a liga. Agora, talvez a renovação fique ameaçada.
"Será uma mudança massiva. Eles terão ferramentas e dinheiro para fazer o que quiserem e não precisarão pagar alto valores porque ninguém poderá chegar perto deles. Não haverá concorrência", disse ao Bloomberg Chris Pearlman, vice-presidente executivo de vendas da empresa de marketing esportivo Van Wagner Sports & Entertainment.
Se a fusão for aprovada pelas autoridades de concorrência, poderá se tornar a terceira maior da história. Um grupo combinado terá valor de mercado de cerca de US$ 275 bilhões, segundo a Reuters, e unirá a dominância da AB InBev na América Latina com a forte presença da SABMiller na África. O novo grupo incluirá as marcas de cerveja americana Budweiser e belga Stella Artois, pertencentes à AB InBev, assim como a italiana Peroni, a tcheca Pilsner Urquell e a holandesa Grolsch da SABMiller.

NBA aumenta arrecadação e fatura US$ 739 milhões em patrocínio



Número é 9% maior do que é apresentado na temporada anterior; Anheuser-Busch lidera investimentos
Por Redação - São Paulo (SP) em 14 de Outubro de 2015 às 08:00




A menos de um mês do início da nova temporada, a NBA teve um aumento de 9% na arrecadação com patrocínios em 2014/15, chegando ao montante de US$ 739 milhões.
Segundo levantamento divulgado pela IEG Research, a cervejaria Anheuser-Busch é a marca mais ativa na liga americana de basquete e mantém contrato com 81% das franquias da NBA. A seguradora State Farm, com presença em sete de cada dez equipes, e Gatorade, com 68% de times patrocinados, fecham o pódio.
Adidas, Coca-Cola, Millercoors, Kia Motors, Spalding, Pepsi Cola e Geico são as outras empresas que se destacaram no ano passado.
Na divisão por setores, houve uma importante mudança em relação às temporadas anteriores. O segmento de seguros lidera o investimento na NBA, roubando o primeiro posto das empresas de automobilismo, agora em segundo lugar. As cervejarias ficaram com a terceira colocação, seguidas por bebidas não-alcóolicas, bancos e serviços de créditos.
Equipes como New York Knicks, Los Angeles Lakers, Chicago Bulls, Oklahoma City Thunder, Orlando Magic, Boston Celtics  e Brooklyn Nets são os preferidos dos patrocinadores. Os tradicionais Utah Jazz, Miami Heat, Portland Trail Blazers, San Antonio Spurs e Cleveland Cavaliers aparecem na tabela intermediária.
Charlotte Hornets, Denver Nuggets, Philadephia 76ers, Detroit Pistons, Milwaukee Bucks, Minnesota Timberwolves e Sacramento Kings foram as equipes que menos receberam investimento dos patrocinadores na liga na última temporada.

Original: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/nba-aumenta-arrecadacao-e-fatura-us-739-milhoes-em-patrocinio_29212.html#ixzz3odN3rFum

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Jeep inova e convida torcedores para um test-drive com Zico

Às 16:45 por Gabriel Tolentino in    Comente!
Jeep e Flamengo: parceria além da estampa da camisa
Indo na linha de pensamento onde o patrocínio deve ir muito mais além do que uma simples estampa na camisa, a Jeep ativou seu patrocínio com o Flamengo e alavancou sua própria marca com simplesmente o maior ídolo da história do clube, Zico.

Na ação, os consumidores eram encaminhados a ter um test-drive do Jeep Renegate, novo carro da marca, com o Arthur. Durante o trajeto até a Gávea (claro que não poderia ter um destino diferente), os torcedores contavam momentos marcantes com o Flamengo e no final da viagem ganharam uma camisa do Flamengo autografada pelo Galinho.

Confira o resultado da ação no vídeo abaixo:

           

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Ética no esporte

Em uma corrida de Cross-country, o queniano Abel Muttai estava a poucos metros da linha de chegada, quando se confundiu com a sinalização, pensando que já havia completado a prova. Logo atrás vinha o espanhol Iván Anaya, que vendo a situação começou a gritar para que o queniano ficasse atento, mas Muttai não entendia o que o colega dizia. O espanhol, então, o empurrou em direção à vitória. Um jornalista perguntou então a Iván: - Por que o senhor fez isso? - Isso o quê? Ele não havia entendido a pergunta - e o meu sonho é que um dia possamos ter um tipo de vida comunitária em que a pergunta feita pelo jornalista não seja mesmo entendida -, pois não pensou que houvesse outra coisa a ser feita que não aquilo que ele fez. - Por que o senhor deixou o queniano ganhar? - Eu não o deixei ganhar, ele ia ganhar. - Mas o senhor podia ter ganho. - Mas qual seria o mérito da minha vitória? Qual seria a honra dessa medalha? O que minha mãe iria achar disso?
Mário Sérgio Cortella em "Ética e vergonha na cara".

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Fim do "Title Sponsor" escancara o abismo entre a Premier League e a Elite Espanhola


Por motivos distintos, empresas não seguirão nomeando as ligas, que também se posicionaram de maneira bem diferente diante da situação
5 OUT, 2015 ESCRITO POR MKT ESPORTIVO

chelsea


Por Eduardo Esteves


A partir da temporada 2016/2017, duas significativas mudanças em relação a campeonatos da Europa ocorrerão. A Barclays não renovará seu patrocínio de quinze anos com a Premier League e deixará o titlesponsor da elite inglesa. O mesmo ocorrerá com o BBVA em relação a primeira divisão espanhola, a atual Liga BBVA.
Os motivos alegados são bem diferentes e mostram como um campeonato com competitividade e candidatos a títulos pulverizados elevam o valor do mesmo perante o mercado.
A Barclays alegou que não conseguirá elevar o investimento para seguir nomeando a Premier League, que com novos acordos de televisão que superarão a barreira de £ 5 bilhões, naturalmente acarretaria em um aumento do valor despendido atualmente pela instituição.
Por outro lado, cada vez mais competitiva e sempre com 3 ou 4 equipes na briga pelo título a cada temporada, a elite inglesa detém um prestigio inabalável comercialmente, com seus clubes quebrando barreiras de patrocínios (globais e regionais), receitas e salários.
manchester-united-fc-2015-2016-adidas-home-kit-4k
Já o BBVA alegou mudanças em suas estratégias de investimentos, focando em ações com amplitude global para atrair novos clientes, e isso não passa por seguir investindo € 23 milhões por temporada para dar nome à primeira e segunda divisões do país. Recentemente, ao trocar o Real Madrid pelo Porto, o goleiro Iker Casillas foi outro que perdeu o patrocínio da instituição. Hoje, a Liga BBVA é transmitida para mais de 180 países, e mesmo com os craques Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, tornou-se um pilar dispensável nesta fase global do BBVA.
Vale ressaltar também que o acordo do banco com a NBA seguirá, o que mostra que o esporte seguirá nos seus esforços de comunicação e o apelo global que ela deseja nesta nova fase a liga norte-americana de basquete entrega.
Se por um lado a Premier League já adianta que não irá atrás de uma nova empresa para sua nomeação, se posicionando globalmente como The Premier League, a liga espanhola seguirá com sua alternância de campeões e de altos valores de direitos televisivos concentrados em apenas duas equipes. E, claro, já em busca de um novo parceiro para criar uma nova e rentável identidade.
bbva

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Coca-Cola e McDonald's pedem saída imediata de Joseph Blatter

Comunicados de Coca-Cola e McDonald's foram separados por minutos e pedem que o suíço deixe a entidade imediatamente

Por Redação - São Paulo (SP) em 2 de Outubro de 2015 às 16:31

Coca-Cola e McDonald's pediram a saída imediata de Joseph Blatter da presidência da Fifa. A empresa de bebibas foi a primeira a se manifestar por meio de comunicado emitido nesta sexta-feira (2), exatos quatro meses após a convocação de novas eleições para fevereiro de 2016.
“Pedimos a Sepp Blatter para demitir-se imediatamente como presidente do organismo que rege o futebol na sequência do escândalo que envolve supostos subornos e propinas”, diz a nota.
“A saída de Blatter permitiria um processo de reforma credível e sustentável para recomeçar. Cada dia que passa, a imagem e a reputação da Fifa continua a ser manchada. A entidade precisa de uma reforma abrangente e urgente e que só pode ser iniciada com uma abordagem verdadeiramente independente”, continua o comunicado da gigante de bebidas.
Minutos depois, o McDonald's seguiu o mesmo caminho e pediu, em nota oficial, que Blatter deixe imediamente as dependências da sede da Fifa em Zurique, na Suíça.
Além da Coca-Cola e McDonald's, Adidas, Gazprom, Hyundai/Kia Motors e Visa patrocinam a entidade. Até o momento, não se sabe se os comunicados foram isolados ou se iniciam um movimento das parceiras oficiais da Fifa em torno da renúncia do suíço, que está no cargo desde 1998.
Na semana passada, a Justiça da Suíça abriu processo contra Blatter por suspeitas de má gestão e apropriação indevida de ativos. As investigações respingaram em Michel Platini, presidente da Uefa e candidato à sucessão na Fifa.
Dias antes, o ex-secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi afastado das suas funções após ser revelado seu envolvimento em um esquema de superfaturamento e venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Este é mais um capítulo na crise aberta em 27 de maio na Fifa, com a prisão de sete dirigentes ligados à entidade por corrupção, em ação feita pelo FBI americano antes da reunião do comitê executivo da entidade, em Zurique, na Suíça.
Quatro dias após a reeleição, o presidente Joseph Blatter anunciou sua renúncia ao cargo para o qual havia acabado de ser reeleito, convocando para fevereiro próximo as novas eleições na Fifa. Um comitê de transição foi criado e, desde então, a entidade passou a ser mais severa para tentar conter atos que pudessem colocar em xeque a credibilidade da Fifa.
Até então, porém, a crise envolvia dirigentes de outras entidades filiadas à Fifa, mas que não trabalhavam diretamente na entidade. Com o escândalo tendo Valcke como pivô, a história muda de figura. Na última semana, a Fifa já havia anunciado mudanças na composição do comitê executivo, reduzindo o poder de dirigentes ligados à entidade e colocando mais força nos patrocinadores e em figuras externas.
Em maio, Michel Platini foi um dos principais adversários de Blatter na tentativa de manter seu posto na Fifa, mesmo sem disputar a eleição. O francês chegou a cogitar a hipótese boicotar o pleito caso o dirigente não renunciasse e manifestou publicamente seu apoio ao príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein. Após o anúncio de novas eleições, Platini classificou a atitude de Blatter de “corajosa”.

Original: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/coca-cola-pede-saida-imediata-de-joseph-blatter_29159.html#ixzz3nRguJJE4

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A transformação da escalada em esporte



ALPINISTAS PROLETÁRIOS CONTRA ARISTOCRATAS DA MONTANHA

Iniciada por aristocratas, a arte de subir montanhas ainda é um lazer de distinção social: o amor dos alpinistas pela natureza sempre andou junto de seu desprezo pelos habitantes locais. Mas, transformando técnicas e limitando riscos, a escalada esportiva modificou a ordem estabelecida e popularizou o alpinismo
por Jean-Paul Walch
Um cume repleto de neve, coroado por uma crista afiada. De um lado, as paredes verticais e escuras de um pico rochoso; de outro, um penhasco congelado em direção ao abismo. No meio, um alpinista se destaca sob o horizonte azulado, com sua picareta na mão: “Os dirigentes extraordinários não se contentam em dirigir”, proclama o slogan. Não estamos nos Alpes ou no Himalaia, mas na revista semanal britânica The Economist: a empresa IE faz propaganda de seu diploma “Liderança positiva e estratégia”.1
O imaginário coletivo associa facilmente subidas alpinas a superação, grandes ascensões e heroísmo. Sem dúvida porque os alpinistas procuraram por muito tempo criar essa imagem de si mesmos: “Sozinho, aquele que pratica o grande alpinismo pode conhecer tanto a grandiosidade quanto o rigor”, escrevia, em 1973, René Desmaison. Esse guia lendário não concebia sua paixão enquanto um simples esporte, mas como um “ideal no qual a vida estava em jogo”.2 De onde vem, sem dúvida, a propensão do mundo empresarial em se apropriar da imagem desses heróis com o olhar cravado sobre os cumes.
Desde 1948, no entanto, alguns contestam essa visão das coisas. A revista Tourisme et Travail, próxima da Confederação Geral do Trabalho (CGT) francesa, denunciava o elitismo de uma prática que “perece do individualismo forçado da maioria de seus praticantes. Eles afirmam a ‘pureza dos cumes’, ‘solidão’, ‘distância do mundo de baixo’, ‘lá em cima, sozinho na luz’, ou ainda: ‘mais perto de Deus’. Mas na verdade eles querem ‘ficar entre eles’”.3 EmAlpinisme et compétition, publicado no ano seguinte, o bleausard(escalador de Fontainebleau) Pierre Allain defende a escalada como disciplina autônoma: “Não é apenas com o objetivo de subir nas montanhas que vamos para Bleau e ali escalamos, é principalmente porque fazemos disso um jogo que em si mesmo nos desperta paixão”.4
A Federação Esportiva e Ginástica do Trabalho (FSGT) francesa – próxima do Partido Comunista – criou, em 1953, uma “especialidade montanha” para “reduzir o alpinismo à categoria de um esporte como os outros” e, assim, “destruir o que chamam de renda sociocultural”.5 O alpinismo trabalhista nasceu com um slogan: “Eu subo na frente e conduzo aquilo que faço”. Ele retomou para si a abordagem dos “sem guia” que, desde o fim do século precedente, fixavam como objetivo se tornarem autônomos e responsáveis, em oposição aos pioneiros britânicos que pagavam guias para escrever seus nomes nos grandes picos dos Alpes.
Desde essa época, os alpinistas de Genebra treinavam nas faces rochosas calcárias de La Varappe, no Monte Salève. O objetivo também era subir, mas em paredes de altitude modesta. A dificuldade estava menos ligada ao ambiente e seus perigos objetivos (fissuras, avalanches, quedas de pedras) do que à rigidez das passagens e à ausência de pontos de apoio na rocha. Possível de ser praticada o ano inteiro, a escalada que por muito tempo foi chamada de varappe se tornou no século XX um modo de treinamento para qualquer candidato a aventuras mais arriscadas em altitude, quando o verão chegasse. O aperfeiçoamento do equipamento (corda, cinturão, mosquetões, ganchos etc.), a possibilidade de repetir as vias diversas vezes e o compartilhamento de informações permitiram um treinamento físico e técnico mais intensivo, com menos perigos e maior segurança.
A FSGT se apoiou nessas bases e pregou o desenvolvimento da escalada, mas agora como uma prática autônoma, distinta do alpinismo. Ela opôs assim o campeão, protegido na falésia por um equipamento “poderoso”, ao herói que desafia a morte a cada instante. A federação estava convencida: a democratização dos esportes verticais passa pela “esportização” da escalada e pela redução dos acidentes. Desde 1955, ela monta um “tour de escalada” na Festa do L’Humanité.6 Em 1980, organizou as “24 horas de Bleau”, primeira competição do gênero em Fontainebleau.
A contestação se preparava também longe dos Alpes, nos países anglo-saxões onde, por falta de relevos suficientes, praticava-se o rock climbing (escalada na rocha) como atividade em si. Os intercâmbios internacionais tiveram participação na difusão dessa corrente de “escalada pura” para a França, onde os “homens de mãos nuas”, como Patrick Edlinger (morto em novembro de 2012) e Patrick Bérhault (morto em 2004), optaram por um modo de vida “californiano”. Eles escalavam o tempo todo, abrigando-se nos desfiladeiros do Verdon em seus trailers, trabalhando as vias por dias inteiros, combinando alongamento e musculação.7 Para eles, a escalada pura foi vivida plenamente como um esporte autônomo. O filme de Edlinger, La vie au bout des doigts [A vida na ponta dos dedos],8 deu a volta ao mundo. Essa abordagem foi logo depois reforçada por um fenômeno antigo: com o esgotamento dos cumes virgens a serem conquistados, o alpinismo tinha de se transformar. Deixando para trás a busca aristocrática dos “pioneiros”, passou-se a procurar as “aberturas” de novas vias, mais difíceis, onde se privilegia a beleza do gesto técnico.
Para François Mitterrand, eleito em 1981, a redução do tempo de trabalho (semana de 39 horas, quinta semana de férias remuneradas) não deveria apenas oferecer um progresso social, mas também dinamizar o crescimento econômico. Nessa perspectiva, o escritor Yves Ballu, conselheiro “de montanha” junto ao Ministério da Juventude e dos Esportes, apresentou dezoito propostas, entre as quais três principais: uma reforma das profissões da montanha, colocando a tônica na pedagogia e na animação, de maneira a melhor satisfazer as necessidades das associações que organizavam estágios coletivos; um plano de apoio que permitia acelerar a construção de muros de escalada em meios urbanos e escolares; e, por fim, a habilitação da Federação Francesa da Montanha para organizar competições – uma pequena revolução num meio hostil a tudo o que pudesse levar as atividades verticais a se parecerem com as outras. Em 1987, ela se tornou a Federação Francesa da Montanha e da Escalada (FFME), após ter sido unificada com a Federação Francesa da Escalada, nascida dois anos antes para organizar competições. Depois do “nacional-alpinismo” e seus valores de direita, tratava-se simplesmente de promover uma forma de “social-escalada”.
Um decreto de 5 de outubro de 1984 criou o brevê de Estado em escalada, dando o direito de exercer, em troca de uma remuneração, as atividades de ensino, animação e treinamento de escalada em bloco (como na floresta de Fontainebleau), estrutura artificial e falésia. Esse novo título teve a oposição obstinada do Sindicato dos Guias de Alta Montanha, pouco acostumado a ver suas prerrogativas serem questionadas.

“O cheiro asfixiante das subvenções”
A FSGT preconizou a construção das paredes ou estruturas artificiais de escalada (EAE) em meios escolares e populares. Dois militantes, Gilles Rotillon e Jean-Marc Blanche, conceberam os primeiros blocos artificiais de treinamento, enquanto estudantes de colegial e seus professores realizaram o primeiro muro artificial em Corbeil-Essonne, em 1982. “O assassinato do pai [o alpinismo] assim consumado, agora só falta cimentar”,9proclamavam aqueles que não imaginavam escalar sem o vento roçando as geleiras ao amanhecer ou distantes do grão avermelhado da bela rocha e abominavam “o cheiro asfixiante das subvenções”10 exalado pelo Ministério dos Esportes, que podiam atingir um terço dos custos dos projetos. Isso não impediu que as paredes de escalada crescessem como cogumelos em ginásios, escolas primárias, colégios, centros de lazer, parques urbanos, revistas especializadas, clubes, academias... Cinco anos depois da iniciativa dos professores do Liceu de Corbeil, contava-se uma centena de paredes de escalada no território francês.
A organização de competições se tornou o assunto mais espinhoso dos anos 1980. Para a FSGT, tratava-se de “matar o mito do super-homem alpinista que impedia muitos jovens de se interessarem por esse esporte”.11 Segundo a Federação dos Trabalhadores Esportistas, as competições fariam a escalada ser conhecida, desmistificariam a queda e atrairiam assim uma juventude numerosa para as EAE, depois para as paredes naturais. Durante os anos 1970 e 1980, a URSS já se distinguia claramente da abordagem ocidental ao organizar regularmente competições de escalada, e até de alpinismo, nas paredes virgens e selvagens do Cáucaso e do Pamir. No entanto, a maioria dos escaladores franceses, da base à elite, se opôs ao projeto, enojada pela ideia de um desvio em direção ao esporte-espetáculo, e rejeitou qualquer classificação oficial. Muitos dos melhores escaladores se associaram para publicar o “Manifesto dos 19” (1985). Eles defendiam que sua prática permanecesse um “refúgio diante de alguns arquétipos de nossa sociedade, em oposição a todos os esportes julgados, arbitrados, cronometrados, oficializados e muito maliciosamente estatizados”.
Um ano antes da primeira competição francesa na falésia, o Club Alpin Français se manifestou: “Contra a opinião da grande maioria dos praticantes, contra a opinião das associações, diante do oportunismo dos dirigentes franceses dos esportes de montanha, sob a pressão dos interesses particulares e comerciais, as competições de escalada serão organizadas na França, com mídia e publicidade, alto-falantes e sonorização, cerveja e salsichas quentes e também, claro, público maravilhado e entradas pagas”.12
Hoje, contam-se mais de 2 mil paredes de escalada. Contrariamente ao alpinismo, a escalada causa pouquíssimos acidentes e se pratica em todas as regiões, incluindo a planície. Ela é ensinada nos colégios e pode ser escolhida como opção no baccalauréat(equivalente ao Enem [N.T.]). O clube alpino desenvolve suas próprias equipes de competidores e disputa com a FFME a organização das competições de escalada e de ski-alpino, outro esporte tocado por rankings e copas. Muitos criticam agora a FFME por abandonar a promoção da montanha, tornando-se uma federação francesa de... “paredes de escalada”.

Jean-Paul Walch
Autor de Guide technique et historique de l’alpinisme [Guia técnico e histórico do alpinismo], Guérin, Chamonix, 2012.


The Economist, Londres, 16 fev. 2013.
2 René Desmaison, 342 heures dans les Grandes Jorasses [342 horas nos Grandes Jorasses], Hoëbeke, Paris, 2010 (1. ed. Flammarion, 1973).
3 Pierre Lambert, “La montagne ne tue pas” [A montanha não mata], Tourisme et Travail, n.7, out. 1948.
4 Pierre Allain,Alpinisme et compétition[Alpinismo e competição], Arthaud, Grenoble, 1949.
Montagnes Magazine, Grenoble, 1983.
Sport et plein air, Pantin, jul./ago. 2011.
7 Patrick Edlinger e Jean-Michel Asselin, Patrick Edlinger, Guérin, Chamonix, 2013. Michel Bricola e Dominique Potard, Patrick Bérhault, Guérin, Chamonix, 2008.
8 Documentário de Jean-Paul Janssen, difundido na rádio Antenne 2 em 1982 e indicado ao prêmio César.
Alpinisme et Randonnée, Paris, 1982.
10 Ibidem.
11 Montagnes Magazine, 1983.
12 La Montagne et Alpinisme, 1985.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Coincidência? Com cabelo, Ronda tapa 'rival' de sua patrocinadora em fotos com camisa do Fla



ESPN.com.br

MOSAICO COM STAFF IMAGES
Ronda Rousey posou com a camisa do Flamengo, mas não deixou a Adidas aparecer
Ronda Rousey posou com a camisa do Flamengo, mas não deixou a Adidas aparecer
Depois de uma vitória avassaladora no UFC 190, Ronda Rousey resolveu curtir o empate entre Flamengo e Santos, no Maracanã. Suas fotos com a camisa rubro-negra foram divulgadas nas redes sociais e logo rodaram o mundo, em uma oportunidade considerada de ouro para qualquer marqueteiro.



Fornecedora de material da camisa do Flamengo, a Adidas, por exemplo, poderia estar sorrindo com a exposição no peito da campeã do UFC, mas não foi bem assim... Patrocinada pela Reebok, Ronda usou um truque de cabelo e tapou o logo da empresa alemã. Ou seria coincidência?
Antes de ir para a arquibancada, a lutadora posou com o companheiro de UFC José Aldo e sua filha, todos de vermelho e preto, em imagem divulgada pelo Twitter oficial do Consórcio Maracanã. O cabelo de Ronda está todo penteado para a direita e cobre justamente o símbolo da Adidas.
Em outra foto de divulgação, no Instagram, Ronda já está no estádio, com um outro modelo de camisa do Flamengo, desta vez com o patrocínio da Caixa, mas novamente o logo da Adidas não aparece. A lutadora dá risada, mas cobre a marca com o cabelo e também com a mão.
A única imagem em que o fornecedor da material esportivo do Flamengo aparece é na que foi postada no Facebook do Maracanã, com Ronda tirando uma ‘selfie' com torcedores. O cabelo está novamente para o lado direito, mas, com a lutadora inclinada, a marca da Adidas fica exposta.
DIVULGAÇÃO/STAFF IMAGES
Logo da Adidas só apareceu quando Ronda Rousey se inclinou para tirar 'selfie'
Logo da Adidas só apareceu quando Ronda Rousey se inclinou para tirar 'selfie'
Desde dezembro de 2014, Ronda assinou contrato de patrocínio com a Reebok, ao lado de Jon Jones (que acabou o perdendo após ser preso no início deste ano). A empresa tem acordo de exclusividade com o UFC e fornece todos os uniformes de atletas desde julho de 2015.
"Desde o começo, ficou claro para mim que a Reebok investe apaixonadamente em nosso esporte e atletas. A equipe está comprometida em ajudar a fazer nosso esporte crescer, e estou orgulhosa de ser parte disso", disse Ronda, na época em que seu acerto com a empresa foi anunciado.
O curioso é que a Reebok pertence a Adidas desde 2005, em operação que pretendia expandir a marca alemã no mercado norte-americano. Os resultados, contudo, nunca empolgaram e, nos últimos anos, as empresas tem convivido com especulações de uma possível revenda.
622 f9558ad9 4f4f 31b2 9db3 ad3c1342873d
Aliviada, Ronda declara amor ao Brasil e comemora vitória com outro 'estilo'




quarta-feira, 13 de maio de 2015

Octagon importa ferramenta para mensurar percepção de torcedor brasileiro

Agência divulgou primeira pesquisa do novo serviço com avaliação sobre o Campeonato Brasileiro
A agência de marketing esportivo Octagon resolveu importar para o Brasil uma ferramenta usada nos Estados Unidos chamada “Passion Pulse”, que tenta entender melhor os fãs de esporte e, por consequência, passa um melhor parâmetro para as empresas que investem no segmento.
Em nota divulgada à imprensa, os executivos da Octagon explicaram a importância da ferramenta. “Queremos aprofundar nosso entendimento sobre o fã, comportamento, preferência, opiniões. Entendendo isso, conseguimos desenhar estratégias e ativações mais relevantes para nossos clientes”, afirmou Manoel Ferreira, gerente de estratégia da Octagon Brazil.
Para divulgar a Passion Pulse, a Octagon divulgou os resultados de uma primeira pesquisa, que envolveu 80 entrevistados. O tema escolhido foi o Campeonato Brasileiro, principal competição do futebol nacional.
Um dos dados relevantes levantados pela pesquisa foram as marcas mais associadas ao Campeonato Brasileiro. Brahma, Guaraná Antárctica, Vivo, Volkswagen, Sadia, Nike e Gillette foram as mais citadas; todas são patrocinadoras da seleção brasileira. A agência observou: “Isso sugere que a estrutura de patrocínios e divulgação do Brasileirão não é clara para os fãs”.
A presença da Volkswagen já indica essa confusão, em um torneio em que os patrocinadores se envolvem com placas de publicidade no gramado e nada mais. Desde o ano passado, o Campeonato Brasileiro mantém o title sponsor da Chevrolet.
Ainda sobre as percepções dos torcedores, há uma clara posição por mudanças: 60% acham que o torneio deveria se adequar ao calendário internacional, 92% apostam que uma liga de clubes seria benéfica ao futebol e 82% consideram que o preço do ingresso subiu mais do que a qualidade dos eventos. 
Confira o gráfico divulgado pela Octagon sobre o Campeonato Brasileiro:



Original: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/octagon-importa-ferramenta-para-mensurar-percepcao-de-torcedor-brasileiro_28306.html#ixzz3a3FmDk9X

Umbro leva sócios do Atlético-PR para uma experiência de marca incrível

Resultado de imagem para logo mkt esportivo

Ativando o lançamento dos novos uniformes do Atlético/PR, a Umbro preparou uma surpresa para onze sócios-torcedores escolhidos de maneira aleatória na Arena da Baixada.
Levados ao vestiário, os felizardos foram contemplados com o novo manto principal, além de outros licenciamentos oficiais do clue. De quebra, ainda conheceram o goleiro Weverton e o meia Deivid. Em seguida, todos foram encaminhados ao camarote da marca inglesa no estádio e puderam assistir ao duelo contra o Internacional de um local privilegiado.

Para completar, os ex-laterais campeões nacionais pelo CAP em 2001, Alessandro, Fabiano e Ivan, surpreenderam os associados e distribuíram autógrafos e fotos.~


terça-feira, 12 de maio de 2015

Bayer Leverkusen com uma cara de Flamengo


MARCELO ALVES12.05.2015 09h37

Depois da seleção alemã, o Bayer Leverkusen também resolveu dar, digamos, um toque de Flamengo ao seu uniforme. O clube apresentou nesta terça-feira a sua nova camisa para a temporada 2015-16 com uma grande mudança em relação à atual. Saiu o vermelho apenas com as listras da marca do seu material esportivo em preto nos ombros e entrou uma camisa toda listrada em vermelho e preto.

O novo uniforme do Bayer Leverkusen vai estrear na partida do próximo sábado, quando o time enfrentará o Hoffenheim pela penúltima rodada do Campeonato Alemão. Este será o último jogo da equipe em casa na temporada. 
Alguns clubes alemães têm o hábito de estrear os novos uniformes do ano seguinte no fim da temporada anterior. É o caso do Bayern de Munique, que já está jogando com a sua nova camisa na reta final da temporada e na semifinal da Liga dos Campeões da Europa contra o Barcelona.
Na Copa do Mundo, a seleção alemã usou o uniforme em listras horizontais nas cores vermelho e preto nas partidas contra os Estados Unidos, na primeira fase (vitória por 1 a 0), e no histórico 7 a 1 diante do Brasil, na semifinal.

Antes do Mundial, a Federação alemã dissera que a inspiração para a sua camisa era justamente o time rubro-negro

"Com as listras rubro-negras horizontais, é uma clara referência ao popular clube Flamengo, do Rio de Janeiro, para trazer sorte na Copa do Mundo de 2014. No espírito do Brasil, com estilo. Sua camisa para o Rio!", publicou, na época, a federação em sua conta no Facebook.
Pelo visto deu sorte mesmo, já que a Alemanha conquistou no Maracanã o seu quarto título mundial ao derrotar a Argentina por 1 a 0.

Será que o Bayer Leverkusen terá a mesma sorte e vai se dar bem na próxima temporada? Na atual, o clube não conquistou nenhum título, mas com o quarto lugar garantido, a equipe poderá disputar a fase preliminar da Liga dos Campeões da Europa na próxima temporada.
Na atual temporada, o time foi eliminado do torneio nas oitavas de final pelo Atlético de Madrid.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Novo acordo de TV deve ampliar abismo entre clubes

Consultor avalia como temerário contrato que terá vigência a partir de 2016
Por Duda Lopes - São Paulo (SP) em 11 de Maio de 2015 às 10:06
O Campeonato Brasileiro que começou no último fim de semana tem uma particularidade nos bastidores: esse será o último torneio nos atuais moldes de contrato com a Globo. Após a implosão dos Clubes dos 13, os clubes fecharam acordos individuais válidos até o fim desta temporada. Agora é o momento de avaliar se esse é o melhor modelo.
Leia mais:
Levantamento feito pelo consultor Amir Somoggi revela a discrepância atual entre os clubes. Considerando as equipes com maior orçamento na divisão principal, Corinthians e Flamengo recebem mais de três vezes do que o último colocado, o Goiás, que levou R$ 33 milhões em 2014.
E, pelo novo acordo com a Globo, a diferença subirá. As cotas acordadas para o período entre 2016 e 2018 faz a distância passar a ser de cinco vezes. Corinthians e Flamengo, com R$ 170 milhões, ganhariam R$ 60 milhões a mais do que o São Paulo, terceiro na lista.
“Será um absurdo se isso acontecer. A grande atratividade do Brasileirão é o equilíbrio. Com o novo contrato, isso será difícil. Seria um tiro no pé”, comentou Somoggi.

Hoje, os clubes que recebem menos ainda conseguem equilibrar a conta. O bicampeonato do Cruzeiro é um prova de que a tal “espanholização” do futebol brasileiro não é uma realidade. No país ibérico, Real Madrid e Barcelona chegam a receber dez vezes mais do que o clube que menos recebe pelo direito de TV.
Ainda que o Cruzeiro tenha ganhado um pouco mais do que a metade recebida pelo Flamengo, ele atinge maior êxito em outras contas. Nenhum clube brasileiro ganhou tanto com a soma de sócios-torcedores e bilheteria do que os mineiros: foram arrecadados R$ 85,8 milhões em 2014.
Atualmente, os clubes negociam por mais dinheiro da TV para reduzir o abismo. Na Espanha, o governo intercedeu para que haja uma divisão mais igualitária e obrigou a venda coletiva. Algo parecido ocorreu na Itália, há alguns anos, com um boicote dos menores contra a situação.


Original: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/novo-acordo-de-tv-deve-ampliar-abismo-entre-clubes_28294.html#ixzz3ZyBISpwj

CBF veta nome da Allianz em estádio, mas depois volta atrás

A decisão foi tomada para evitar que o nome da empresa aparecesse na transmissão da televisão. Durante a própria partida, porém, as coberturas foram arrancadas. Em nota divulgada em seu site no domingo, a entidade se justificou:
“A Confederação Brasileira de Futebol esclarece que o episódio ocorrido no sábado, na partida entre Palmeiras e Atlético Mineiro, em que o nome Allianz Parque chegou a ser coberto, ocorreu em virtude do excesso de zelo da empresa terceirizada encarregada dos procedimentos operacionais nos estádios. Vale ressaltar que o problema foi detectado e devidamente corrigido pela diretoria de marketing da CBF e não se repetirá nos jogos do Campeonato Brasileiro”, disse a entidade.
Curiosamente, o site da CBF chama o Allianz Parque de “Arena do Palmeiras” no título da notícia. A explicação da entidade ocorreu em virtude da repercussão do fato nas mídias sociais e especializada.
Ainda durante a partida, torcedores palmeirenses chegaram a intensificar nas redes sociais movimento de boicote à Globo, creditando à emissora a obrigação de cobrir o nome da Allianz. A Globo já não chama o estádio palmeirense pelo nome, o que faz com que o torcedor adote a sigla RGT nas redes sociais para se referir à emissora de televisão.
Ainda no sábado, o Palmeiras chegou a dizer que não tinha controle sobre o ocorrido, já que o veto partiria de CBF e Globo, que consideravam o nome da empresa de seguros uma propaganda ilegal durante a transmissão.
A Globo não se manifestou sobre o caso, tendo a CBF assumido a responsabilidade pelo veto.


Original: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/cbf-veta-nome-da-allianz-em-estadio-mas-depois-volta-atras_28292.html#ixzz3Zy99sxMV