terça-feira, 6 de agosto de 2013

Com jeitinho e agrado a boleiros, loja burla patrocínio dos clubes e aparece na TV

Paulo Passos 

Do UOL, em São Paulo

Bernard tirou camisa do Galo para comemorar seu gol contra o Atlético-PR e foi expulso
    Na festa dos jogadores do Atlético-MG após a vitória contra o Olimpia, a marca estava lá. No jogo que marcou a despedida de Bernard também, assim como nas concorridas entrevistas de Luís Fabiano na saída do gramado. Com sede no Brás, uma loja no mesmo bairro e alguns boleiros amigos, a confecção 

    A marca de roupas fábrica camisas térmicas para jogadores sob encomenda e, com isso, aparece em transmissões de tevê e em fotos. Entre os “amigos” da Rat Boy estão Bernard, Pierre e Alecsandro, do Atlético-MG e são-paulino Luis Fabiano.

    A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com a Rat Boy. Após tentar falar com o proprietário na loja do Brás, o mesmo retornou uma ligação.

“Não patrocino, não tem nada oficialmente. É na amizade mesmo. Um passa para outro. Eles simplesmente pegam material e em troca, eles usam”, explicou Pedro, que não quis informar o seu sobrenome. “Pode colocar só Pedro mesmo”.
  • Na festa do título, jogadores do Galo usaram camisa da empresa
O empresário é conhecido dos jogadores. “É o Pedrão, o pessoal chama ele assim. Ele sempre pega alguns jogadores, dois ou três de cada equipe, e manda presentes, camisa térmica e outras roupas. Ele tem abertura boa com os boleiros”, conta Fahel, do Bahia, que até 2012 usou as camisas da Rat Boy por baixo do uniforme.

“Aqui no Bahia não pode mais. A Nike (patrocinadora do clube) não deixa, mas antes usava”, diz o volante. “Todo mês ele mandava caixas de roupa para a minha casa. Camisa, bermuda e calça. Sabe como é jogador, tem amigo, parente. Ai a gente distribuía”, completa.

O primeiro jogador a usar a marca foi o ex-lateral Júnior. Foi o baiano que apresentou Pedro para outros boleiros, que passaram a usar.
“Tem gente do futebol que conheço há mais de cinco anos”, conta Pedro. “Mas não ajudamos só quem aparece. Outro dia fui no hotel do Icasa (que enfrentou o Palmeiras no Pacaembu) e levei umas malhas para os garotos”, diz.

Para jogadores amigos, a confecção recebe encomendas e faz camisas térmicas com mensagens. Foi assim na final da Copa Libertadores. Enquanto alguns jogadores do Atlético-MG usavam uma camisa oficial do clube, com a marca dos patrocinadores, Pierre vestia uma da Rat Boy, com o logo da empresa nos ombros, e o nome das suas filhas, além das mensagens “100% Jesus” e “100% Tororó” na frente.
 
No jogo que marcou a despedida de Bernard, aconteceu o mesmo. Após marcar gol contra o Atlético-PR, o meia-atacante tirou a camisa do Galo. Por baixo levava uma com a marca da Rat Boy no ombro e a mensagem “Uma vez até morrer!”.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Atlético-MG informou que os jogadores estão proibidos de usar vestimentas expondo outras marcas que não a dos patrocinadores do time. “Tem punição previsão regulamento, com pagamento de multa. Já tivemos casos”, diz o clube.

Nenhum comentário:

Postar um comentário