segunda-feira, 29 de maio de 2017

CBF deixa a Globo de lado e fecha amistosos da seleção com a TV Brasil

Resultado de imagem para logo fórum revista
As novidades, no entanto, não param por ai. Pelé será o comentarista dos dois amistosos do Brasil no próximo mês. A contratação do melhor jogador da história do futebol nacional faz parte do ousado projeto bancado pela CBF de produzir e transmitir as partidas de sua seleção a partir de agora.
Da Redação*
A TV Brasil vai exibir os próximos amistosos da Seleção Brasileira de Futebol. A CBF comprou o horário na emissora estatal para transmitir as partidas. Os valores não foram divulgados pelas partes. Os dois jogos vão começar às 7h (de Brasília). A Bandeirantes deve ser anunciada como parceira nesta semana. A confederação exibirá também o seu conteúdo na emissora sediada em São Paulo.
As novidades, no entanto, não param por ai. Pelé será o comentarista dos dois amistosos do Brasil no próximo mês. A contratação do melhor jogador da história do futebol nacional faz parte do ousado projeto bancado pela CBF de produzir e transmitir as partidas de sua seleção a partir de agora.
O clássico contra a Argentina, no dia 9, será o primeiro. Quatro dias depois, a confederação fará o mesmo no amistoso contra a Austrália. Os dois jogos serão realizados em Melbourne.
Até o ano passado, a Rede Globo transmitia com exclusividade todos os amistosos da seleção brasileira.
Até agora, a CBF não fechou contrato com a emissora carioca. Executivos envolvidos na negociação não acreditam que a Globo chegará a um acordo com a entidade.
Pelo novo modelo, a confederação vai expor na transmissão os seus dez patrocinadores oficiais e ainda venderá espaço para empresas que não sejam concorrentes dos seus parceiros.
A operação será baseada nos estúdios da CBF, que ficam no prédio da entidade, no Rio. De lá, Pelé fará os seus comentários. Em breve, serão anunciados os principais nomes da equipe. Pelo menos 50 profissionais vão trabalhar no Brasil e em Melbourne.
Em janeiro, a CBF testou o modelo no amistoso contra a Colômbia, no Engenhão.
A entidade não cobrou pelos direitos de transmissão e distribuiu o sinal para emissoras de todo o mundo, além de liberar para exibição em vídeo nas redes sociais.
Além de disponibilizar os dois amistosos na TV aberta, a entidade está perto de fechar acordo com o Facebook para transmitir os jogos da seleção pela internet.
*Com informações da Folha
Foto: Marcello Casal Jr./ABr

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Discrepância dos direitos de TV no Brasil, um erro da Globo




Recentemente foram divulgados os valores pagos pelos direitos de TV da Premier League para a temporada 2016-17. Analisando os dados, fica claro como o modelo empregado no Brasil está completamente equivocado.
Na Inglaterra, a cada novo contrato as diferenças entre os times ficaram menores. O contrato global da liga cresceu muito e o nível da competição também.
A lógica é clara, quanto mais equilíbrio nos valores divididos nos direitos de transmissão, maior a chance de haver um equilíbrio esportivo.
Esse modelo praticado nas ligas americanas foi adequado ao futebol inglês. No caso dos EUA é ainda mais rigoroso, com uma divisão igual para todos os times, além da divisão de recursos de patrocínios das ligas para os times e vendas de produtos.
A Inglaterra mostrou ser possível criar um modelo que pudesse ser a cada ano mais equilibrado, pelo menos no que tange aos direitos de transmissão. Digo isso, porque assim como nos EUA, os grandes times continuam faturando mais que os pequenos.
Mas não por conta da TV e sim pelos altos valores gerados com estádios, acordos comerciais individuais e no caso dos europeus exploração global das vendas de produtos.
O atual contrato do campeonato inglês divide £ 2,5 bilhões entre os times, mais de R$ 10 bilhões por ano. Nessa última temporada todos os times receberam £ 84,4 milhões fixos.
O campeão Chelsea ficou com um total de £ 153,3 milhões. Além do valor fixo garantindo, recebeu outros £ 30,4 milhões pelos jogos transmitidos e mais £ 38,4 milhões por seu desempenho.
O último colocado Sunderland recebeu £ 99,9 milhões, além do valor fixo igual para todos, outros £ 13,6 milhões pelos jogos transmitidos e £ 1,9 milhão pelo desempenho.
Isso significa que a diferença entre o primeiro colocado em valores recebidos e o vigésimo colocado foi de apenas 1,5 vezes.
E essa diferença era de mais de 2 vezes em contratos mais antigos. Isso significa que quanto mais os valores cresceram, menor ficou a distância entre os times.
TV PL
Enquanto para os times que mais recebem da TV os valores representam cerca de 35% de seu orçamento, para os pequenos esse valor pode chegar a 90%.
A liga não consegue equilibrar os times como um todo, mas pelos menos garante um mínimo necessário para melhorar a qualidade de todos os times, e não apenas de alguns.
No Brasil a diferença só aumenta
O mundo do futebol já percebeu que é fundamental que os valores de televisionamento sejam divididos de forma mais equilibrada.
Infelizmente no Brasil, pela falta de uma liga e pela presença de uma única emissora até agora ditando as regras, caminhamos no sentido oposto.
A entrada do Esporte Interativo apenas obrigou a Globo a gastar mais, mas nem por isso mudou esse formato de privilegiar os grandes em detrimento dos pequenos.
Segundo meu estudo publicado sobre as finanças dos clubes em 2016, as emissoras de TV entre direitos de TV e luvas pelos novos contratos pagaram R$ 2,5 bilhões aos 20 maiores clubes em receitas do Brasil.
Flamengo foi o que mais recebeu e ficou com R$ 297,2 milhões. Chapecoense foi o vigésimo time do ranking, com apenas R$ 30,6 milhões recebidos da TV.
TV
Isso significa que a diferença entre o que mais recebe e o que menos recebe, disputando a mesma competição é atualmente de inacreditáveis 9,7 vezes!
Sem dúvida um desserviço ao futebol brasileiro e uma fata de visão da principal detentora de direitos de TV, já que essa discrepância somente piora o nível técnico da competição e a deixa cada dia mais previsível.
Previsibilidade no esporte gera menores índices de audiência e distanciamento de empresas anunciantes nas transmissões no longo prazo.
Um erro que somente uma liga evitaria.
Um verdadeiro tiro no pé da própria Globo

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Ingressos encalham e Copa das Confederações não empolga russos

Resultado de imagem para logo folha de são paulo


FÁBIO ALEIXO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MOSCOU 17/05/2017 02h00

Teste para o Mundial de 2018, a Copa das Confederações serve como termômetro para a Fifa.

Enquanto comemora a situação dos estádios prontos a um mês da abertura, a entidade vê uma realidade fria e de quase indiferença dos russos em relação ao torneio que terá, além da seleção nacional, a campeã mundial Alemanha e Portugal, com Cristiano Ronaldo. 

São dois os grandes problemas: a baixa procura por ingressos e a falta de acordo com emissoras locais para transmissão das partidas. Se a competição começasse agora, não haveria difusão em televisão para a maioria dos 144,4 milhões de habitantes do país. 

Nem em locais públicos isso será possível, uma vez que na Copa das Confederações não haverá as tradicionais Fan Fests. O desencontro com as televisões afeta também transmissões por telefones celulares e pela internet. 

De acordo com a empresa Telesport, especializada na aquisição de direitos e que fez proposta conjunta das emissoras estatais Canal 1, VGTRK e Match TV, o valor cobrado pela Fifa é exorbitante. 

Peter Makarenko, chefe da empresa, disse que os direitos conjuntos para exibição da Copa das Confederações e da Copa custam US$ 120 milhões (R$ 374,5 milhões). 

Trata-se de um valor quase quatro vezes maior do que o pago há quatro anos para os eventos no Brasil. À época, foram cobrados US$ 32 milhões (R$ 100 milhões). "As negociações estão em andamento e atualizações serão dadas no tempo correto. Não temos mais comentários sobre o tema", afirmou um porta-voz da Fifa à Folha. 

Ao redor do mundo, a transmissão seja por telefone ou internet já está garantida em 134 territórios. No Brasil, a competição será exibida pela Globo, Band e SporTV. 

ENCALHE

No total, foram disponibilizados 696 mil tíquetes para a Copa das Confederações, mas até a última atualização oficial, em 3 de maio, só 300 mil haviam sido vendidos. A Fifa afirmou à Folha que o número tem crescido, já que os postos de venda fixa já foram abertos nas quatro sedes (Kazan, Moscou, São Petersburgo e Sochi) e a venda via internet não exige mais fila de espera.

Porém, novos números não foram fornecidos. Das 16 partidas do campeonato, a única para a qual já não é possível comprar ingresso é Rússia x Portugal, em 21 de junho, em Moscou. Para as outras 15 sobram entradas em todos os setores. Nem mesmo a abertura (Rússia x Nova Zelândia, em São Petersburgo) tem lotação máxima, bem como a final, que ocorrerá na mesma arena. 

Há quatro anos, no Brasil, o jogo de abertura entre a seleção e o Japão se esgotou em fevereiro. Os demais jogos do time nacional se esgotaram antes do início do evento. O preço pode ser uma explicação. À exceção da categoria 4, voltada a residentes russos e cujas entradas precisam ser pagas em rublos a um valor de 960 (R$ 53), na fase de grupos as demais categorias não saem por menos de US$ 70 (R$ 218).

"Queria ver Rússia x Portugal, mas me informaram que está esgotado. Estou pensando em ver Camarões x Chile aqui em Moscou, mas os ingressos estão muito caros. Deveriam ser mais baratos", disse o malaio Shurgan Surish, estudante de medicina.

Ele e o russo Venceslav Kostov foram duas pessoas das apenas oito que entraram no centro de venda de tíquetes de Moscou nos 40 minutos em que a reportagem esteve presente ao local. 

A divulgação também não é grande até o momento. Nos principais pontos turísticos, nos trens do metrô e nas vias de Moscou não há propagandas da competição. Nas proximidades da Praça Vermelha, um modesto relógio marca apenas o tempo que falta até a Copa do Mundo. 

Não há qualquer menção ao torneio que se aproxima. A maior ação promocional tem ocorrido aos fins de semanas, com a montagem de um parque temático em cada uma das quatro cidades-sede, com a presença de ex-campeões da Copa das Confederações e do troféu oficial da competição.

TESTE

Os quatro estádios que serão usados na Copa das Confederações já foram inaugurados e testados
O último a abrir as portas foi o de São Petersburgo, em 23 de abril. A ressalva foi o gramado, que estava longe das condições ideais para um jogo. Ele só será usado novamente na Copa das Confederações. A arena foi a que mais tempo levou para ser concluída. Foram dez anos entre o início, em 2007, e o fim das obras, em 2017. O estádio de Moscou (Arena Otkritie), inaugurado em 2014, tem recebido os jogos do Spartak Moscou, que na semana passada foi campeão russo.

A última partida no local antes da Copa das Confederações será realizada nesta quarta (17), entre o Spartak e o Terek Grozny. Em Sochi, o estádio projetado para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 foi usado em 28 de março no empate em 3 a 3 entre Rússia e Bélgica, que serviu oficialmente como teste para os organizadores. Foi usado também na final da Copa da Rússia em 2 de maio, que terminou com triunfo do Lokomotiv por 2 a 0 sobre o Ural. 

Apenas 24.500 pessoas estiveram presentes na arena para 47.659 espectadores. Já o estádio de Kazan foi aberta para a Universíade de 2013 e é casa do Rubin Kazan, time da cidade que disputa a primeira divisão. Assim como no Brasil, o estádio da abertura da Copa do Mundo não será usado na Copa das Confederações. Em 2013, o Itaquerão estava longe de estar concluído. 

Em Moscou, o Estádio Luzhniki passa por grande renovação para se adaptar às exigências da Fifa, a exemplo do que houve no Maracanã. A taça já passou por Moscou, Kazan e Sochi. No próximo final de semana estará em São Petersburgo, palco da abertura e da decisão.

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2017/05/1884650-ingressos-encalham-e-copa-das-confederacoes-nao-empolga-russos.shtml