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terça-feira, 8 de setembro de 2020

Fortnite is launching a concert series it hopes will become a ‘tour stop’ for artists

 







It starts with Dominic Fike performing on Saturday

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A transformação da escalada em esporte



ALPINISTAS PROLETÁRIOS CONTRA ARISTOCRATAS DA MONTANHA

Iniciada por aristocratas, a arte de subir montanhas ainda é um lazer de distinção social: o amor dos alpinistas pela natureza sempre andou junto de seu desprezo pelos habitantes locais. Mas, transformando técnicas e limitando riscos, a escalada esportiva modificou a ordem estabelecida e popularizou o alpinismo
por Jean-Paul Walch
Um cume repleto de neve, coroado por uma crista afiada. De um lado, as paredes verticais e escuras de um pico rochoso; de outro, um penhasco congelado em direção ao abismo. No meio, um alpinista se destaca sob o horizonte azulado, com sua picareta na mão: “Os dirigentes extraordinários não se contentam em dirigir”, proclama o slogan. Não estamos nos Alpes ou no Himalaia, mas na revista semanal britânica The Economist: a empresa IE faz propaganda de seu diploma “Liderança positiva e estratégia”.1
O imaginário coletivo associa facilmente subidas alpinas a superação, grandes ascensões e heroísmo. Sem dúvida porque os alpinistas procuraram por muito tempo criar essa imagem de si mesmos: “Sozinho, aquele que pratica o grande alpinismo pode conhecer tanto a grandiosidade quanto o rigor”, escrevia, em 1973, René Desmaison. Esse guia lendário não concebia sua paixão enquanto um simples esporte, mas como um “ideal no qual a vida estava em jogo”.2 De onde vem, sem dúvida, a propensão do mundo empresarial em se apropriar da imagem desses heróis com o olhar cravado sobre os cumes.
Desde 1948, no entanto, alguns contestam essa visão das coisas. A revista Tourisme et Travail, próxima da Confederação Geral do Trabalho (CGT) francesa, denunciava o elitismo de uma prática que “perece do individualismo forçado da maioria de seus praticantes. Eles afirmam a ‘pureza dos cumes’, ‘solidão’, ‘distância do mundo de baixo’, ‘lá em cima, sozinho na luz’, ou ainda: ‘mais perto de Deus’. Mas na verdade eles querem ‘ficar entre eles’”.3 EmAlpinisme et compétition, publicado no ano seguinte, o bleausard(escalador de Fontainebleau) Pierre Allain defende a escalada como disciplina autônoma: “Não é apenas com o objetivo de subir nas montanhas que vamos para Bleau e ali escalamos, é principalmente porque fazemos disso um jogo que em si mesmo nos desperta paixão”.4
A Federação Esportiva e Ginástica do Trabalho (FSGT) francesa – próxima do Partido Comunista – criou, em 1953, uma “especialidade montanha” para “reduzir o alpinismo à categoria de um esporte como os outros” e, assim, “destruir o que chamam de renda sociocultural”.5 O alpinismo trabalhista nasceu com um slogan: “Eu subo na frente e conduzo aquilo que faço”. Ele retomou para si a abordagem dos “sem guia” que, desde o fim do século precedente, fixavam como objetivo se tornarem autônomos e responsáveis, em oposição aos pioneiros britânicos que pagavam guias para escrever seus nomes nos grandes picos dos Alpes.
Desde essa época, os alpinistas de Genebra treinavam nas faces rochosas calcárias de La Varappe, no Monte Salève. O objetivo também era subir, mas em paredes de altitude modesta. A dificuldade estava menos ligada ao ambiente e seus perigos objetivos (fissuras, avalanches, quedas de pedras) do que à rigidez das passagens e à ausência de pontos de apoio na rocha. Possível de ser praticada o ano inteiro, a escalada que por muito tempo foi chamada de varappe se tornou no século XX um modo de treinamento para qualquer candidato a aventuras mais arriscadas em altitude, quando o verão chegasse. O aperfeiçoamento do equipamento (corda, cinturão, mosquetões, ganchos etc.), a possibilidade de repetir as vias diversas vezes e o compartilhamento de informações permitiram um treinamento físico e técnico mais intensivo, com menos perigos e maior segurança.
A FSGT se apoiou nessas bases e pregou o desenvolvimento da escalada, mas agora como uma prática autônoma, distinta do alpinismo. Ela opôs assim o campeão, protegido na falésia por um equipamento “poderoso”, ao herói que desafia a morte a cada instante. A federação estava convencida: a democratização dos esportes verticais passa pela “esportização” da escalada e pela redução dos acidentes. Desde 1955, ela monta um “tour de escalada” na Festa do L’Humanité.6 Em 1980, organizou as “24 horas de Bleau”, primeira competição do gênero em Fontainebleau.
A contestação se preparava também longe dos Alpes, nos países anglo-saxões onde, por falta de relevos suficientes, praticava-se o rock climbing (escalada na rocha) como atividade em si. Os intercâmbios internacionais tiveram participação na difusão dessa corrente de “escalada pura” para a França, onde os “homens de mãos nuas”, como Patrick Edlinger (morto em novembro de 2012) e Patrick Bérhault (morto em 2004), optaram por um modo de vida “californiano”. Eles escalavam o tempo todo, abrigando-se nos desfiladeiros do Verdon em seus trailers, trabalhando as vias por dias inteiros, combinando alongamento e musculação.7 Para eles, a escalada pura foi vivida plenamente como um esporte autônomo. O filme de Edlinger, La vie au bout des doigts [A vida na ponta dos dedos],8 deu a volta ao mundo. Essa abordagem foi logo depois reforçada por um fenômeno antigo: com o esgotamento dos cumes virgens a serem conquistados, o alpinismo tinha de se transformar. Deixando para trás a busca aristocrática dos “pioneiros”, passou-se a procurar as “aberturas” de novas vias, mais difíceis, onde se privilegia a beleza do gesto técnico.
Para François Mitterrand, eleito em 1981, a redução do tempo de trabalho (semana de 39 horas, quinta semana de férias remuneradas) não deveria apenas oferecer um progresso social, mas também dinamizar o crescimento econômico. Nessa perspectiva, o escritor Yves Ballu, conselheiro “de montanha” junto ao Ministério da Juventude e dos Esportes, apresentou dezoito propostas, entre as quais três principais: uma reforma das profissões da montanha, colocando a tônica na pedagogia e na animação, de maneira a melhor satisfazer as necessidades das associações que organizavam estágios coletivos; um plano de apoio que permitia acelerar a construção de muros de escalada em meios urbanos e escolares; e, por fim, a habilitação da Federação Francesa da Montanha para organizar competições – uma pequena revolução num meio hostil a tudo o que pudesse levar as atividades verticais a se parecerem com as outras. Em 1987, ela se tornou a Federação Francesa da Montanha e da Escalada (FFME), após ter sido unificada com a Federação Francesa da Escalada, nascida dois anos antes para organizar competições. Depois do “nacional-alpinismo” e seus valores de direita, tratava-se simplesmente de promover uma forma de “social-escalada”.
Um decreto de 5 de outubro de 1984 criou o brevê de Estado em escalada, dando o direito de exercer, em troca de uma remuneração, as atividades de ensino, animação e treinamento de escalada em bloco (como na floresta de Fontainebleau), estrutura artificial e falésia. Esse novo título teve a oposição obstinada do Sindicato dos Guias de Alta Montanha, pouco acostumado a ver suas prerrogativas serem questionadas.

“O cheiro asfixiante das subvenções”
A FSGT preconizou a construção das paredes ou estruturas artificiais de escalada (EAE) em meios escolares e populares. Dois militantes, Gilles Rotillon e Jean-Marc Blanche, conceberam os primeiros blocos artificiais de treinamento, enquanto estudantes de colegial e seus professores realizaram o primeiro muro artificial em Corbeil-Essonne, em 1982. “O assassinato do pai [o alpinismo] assim consumado, agora só falta cimentar”,9proclamavam aqueles que não imaginavam escalar sem o vento roçando as geleiras ao amanhecer ou distantes do grão avermelhado da bela rocha e abominavam “o cheiro asfixiante das subvenções”10 exalado pelo Ministério dos Esportes, que podiam atingir um terço dos custos dos projetos. Isso não impediu que as paredes de escalada crescessem como cogumelos em ginásios, escolas primárias, colégios, centros de lazer, parques urbanos, revistas especializadas, clubes, academias... Cinco anos depois da iniciativa dos professores do Liceu de Corbeil, contava-se uma centena de paredes de escalada no território francês.
A organização de competições se tornou o assunto mais espinhoso dos anos 1980. Para a FSGT, tratava-se de “matar o mito do super-homem alpinista que impedia muitos jovens de se interessarem por esse esporte”.11 Segundo a Federação dos Trabalhadores Esportistas, as competições fariam a escalada ser conhecida, desmistificariam a queda e atrairiam assim uma juventude numerosa para as EAE, depois para as paredes naturais. Durante os anos 1970 e 1980, a URSS já se distinguia claramente da abordagem ocidental ao organizar regularmente competições de escalada, e até de alpinismo, nas paredes virgens e selvagens do Cáucaso e do Pamir. No entanto, a maioria dos escaladores franceses, da base à elite, se opôs ao projeto, enojada pela ideia de um desvio em direção ao esporte-espetáculo, e rejeitou qualquer classificação oficial. Muitos dos melhores escaladores se associaram para publicar o “Manifesto dos 19” (1985). Eles defendiam que sua prática permanecesse um “refúgio diante de alguns arquétipos de nossa sociedade, em oposição a todos os esportes julgados, arbitrados, cronometrados, oficializados e muito maliciosamente estatizados”.
Um ano antes da primeira competição francesa na falésia, o Club Alpin Français se manifestou: “Contra a opinião da grande maioria dos praticantes, contra a opinião das associações, diante do oportunismo dos dirigentes franceses dos esportes de montanha, sob a pressão dos interesses particulares e comerciais, as competições de escalada serão organizadas na França, com mídia e publicidade, alto-falantes e sonorização, cerveja e salsichas quentes e também, claro, público maravilhado e entradas pagas”.12
Hoje, contam-se mais de 2 mil paredes de escalada. Contrariamente ao alpinismo, a escalada causa pouquíssimos acidentes e se pratica em todas as regiões, incluindo a planície. Ela é ensinada nos colégios e pode ser escolhida como opção no baccalauréat(equivalente ao Enem [N.T.]). O clube alpino desenvolve suas próprias equipes de competidores e disputa com a FFME a organização das competições de escalada e de ski-alpino, outro esporte tocado por rankings e copas. Muitos criticam agora a FFME por abandonar a promoção da montanha, tornando-se uma federação francesa de... “paredes de escalada”.

Jean-Paul Walch
Autor de Guide technique et historique de l’alpinisme [Guia técnico e histórico do alpinismo], Guérin, Chamonix, 2012.


The Economist, Londres, 16 fev. 2013.
2 René Desmaison, 342 heures dans les Grandes Jorasses [342 horas nos Grandes Jorasses], Hoëbeke, Paris, 2010 (1. ed. Flammarion, 1973).
3 Pierre Lambert, “La montagne ne tue pas” [A montanha não mata], Tourisme et Travail, n.7, out. 1948.
4 Pierre Allain,Alpinisme et compétition[Alpinismo e competição], Arthaud, Grenoble, 1949.
Montagnes Magazine, Grenoble, 1983.
Sport et plein air, Pantin, jul./ago. 2011.
7 Patrick Edlinger e Jean-Michel Asselin, Patrick Edlinger, Guérin, Chamonix, 2013. Michel Bricola e Dominique Potard, Patrick Bérhault, Guérin, Chamonix, 2008.
8 Documentário de Jean-Paul Janssen, difundido na rádio Antenne 2 em 1982 e indicado ao prêmio César.
Alpinisme et Randonnée, Paris, 1982.
10 Ibidem.
11 Montagnes Magazine, 1983.
12 La Montagne et Alpinisme, 1985.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Série Cores do Futebol explora a paixão pela bola ao redor do mundo

cores do futebol

Em ano de Copa de Mundo, a TAL – Televisão América Latina lança a série de documentários Cores do Futebol, uma coprodução internacional que envolve 30 canais de 20 países ao redor do mundo. São mais de 50 capítulos, que falam da paixão universal pelo futebol, por meio de histórias reais de superação, fé, transformação, criatividade, união e esperança.
No Brasil, Canal Futura, TV Cultura, SescTV, TV Escola e TV Câmara participam da coprodução. Os episódios começaram a ser exibidos em canais do mundo todo a partir do dia 5 de maio e já estão disponíveis também na web, no endereço: 
http://coloursoffootball.tal.tv/sample-page/
A série promove uma viagem pelo planeta, percorrendo do Uruguai à Suécia, do Japão à Palestina. Com capítulos de dez minutos, Cores de Futebol revela a diversidade cultural por meio deste fenômeno global. Mostra como a paixão pela bola constrói e intermedeia relações culturais e sociais ou como o fervor e a devoção se materializam em territórios emocionais pessoais e coletivos ao redor do mundo.
Modelo inovador
Pela primeira vez, uma série para a TV articula canais de serviço público de diferentes regiões no mundo, adotando um modelo cooperativo de coprodução. Coordenada e supervisionada pela TAL, com apoio do Glomex, Cores do Futebol foi realizada pelas TVs a partir de uma premissa estética e narrativa, que estabeleceu parâmetros comuns, mas também valorizou a forma de narrar de cada cultura. Cada canal envolvido foi responsável por produzir de 1 a 3 capítulos e, em troca, recebeu de forma gratuita os demais episódios realizados pelos outros parceiros.
Países e canais envolvidos
Argentina: Construir TV, DeporTV; Brasil: Canal Futura, TV Cultura, SescTV, TV Escola, TV Câmara; Bolívia: Bolivia TV; Chile: ARTV; Colômbia: Canal U, Canal Tr3ce, Telemedellin, Señal Colombia; Coréia do Sul: KBS; Equador: Ecuador TV; El Salvador: TVES; Espanha: RTVE; Itália: RAI; Irã: Press TV; Jordânia: Roya TV; Japão: NHK; México: Canal Once, Taiwan: PTS; Palestina: Palestine TV; Panamá: SerTV; Suécia: UR; Venezuela: Telesur; Uruguai: Tevé Ciudad.
Sobre a TAL
A TAL é uma rede de intercâmbio e divulgação da produção audiovisual da América Latina. Uma instituição sem fins lucrativos, que reúne centenas de associados de toda a região. São canais públicos de TV, instituições culturais e educativas, que compartilham seus programas por intermédio da TAL. Tudo isso como contribuição e de forma solidária. Além de uma ponte entre estes parceiros, a TAL é um banco de programação audiovisual, um portal de exibição gratuita de vídeos (www.tal.tv) e uma produtora de conteúdos especiais. A missão da entidade é ajudar no estabelecimento dos laços de cooperação no continente e na melhoria da televisão pública e cultural latino-americana.
Sobre o Glomex
O Glomex (Global Media Exchange) é uma rede internacional de intercâmbio de conteúdos audiovisuais, que reúne a RAI (TV pública italiana), a Erno (de países do Leste europeu) e a Nordivision (de países nórdicos).

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Rock in Rio mostra o caminho


A receita do RiR com a venda de ingresos foi de cerca de R$ 120 milhões, o equivalente a toda bilheteria do Brasileirão de 2012

    Amir Somoggi - 20/09/2013 - 10:58 São Paulo (SP)
Rock in Rio: exemplo de marketing para o esporte (Foto: Reprodução/Site Rock in Rio)
O esporte brasileiro precisa desenvolver seu ambiente de negócios, em geral concentrado em poucas fontes de receitas, baixa criatividade de
ações de marketing e um restrito apoio de marcas patrocinadoras. O Rock in Rio mostra o caminho que o mercado esportivo deve
seguir: o conceito usado é de brand experience.
O evento possui uma marca forte junto ao público e vendeu 595 mil ingressos para os sete dias noites em menos de 5 horas. Só com ingressos arrecadou cerca de R$ 120 milhões. quase o mesmo ao que o Brasileiro de 2012 obteve em 38 rodadas, durante sete meses.
Além disso, tem exibição TV aberta e fechada e internet, sem contar um eficiente trabalho nas mídias sociais. As pessoas durante os shows interagem criticando ou parabenizando determinado artista, fazendo com que a marcaRock in Rio fique em evidência.

Com todo esse interesse do público e um ótimo trabalho de branding, o evento atraiu dezenas de patrocinadores que segun-
do estimativas devem gerar receitas diretas de R$ 135 milhões. Entre os patrocinadores e apoiadores do evento há mais de
70 empresas (cerca de 55 no Brasileiro).

Diferentes marcas como Itaú, Coca-Cola Zero, Heineken, Trident, VW e Oi não estão associadas ao evento só por visibilidade, mas também para criar conexões com os fãs de música, tanto no evento, como fora dele. A cada dia de evento são vendidos em média 80 mil litros de chope, 63 mil garrafas de água, 20 mil pães de queijo, 8 mil pizzas e mais de 1 tonelada de batatas fritas.
No evento, as marcas criaram ações de entretenimento e lojas,todas focadas em oferecer experiências inusitadas. Na edição de 2011 havia cerca de 350 produtoslicenciados que geraram vendas de mais de R$ 3 bilhões.

Assim, o Rock In Rio produz um volume astronômico de receitas e mais ainda ações de experimentação para os patrocinadoras interagirem com o consumidor. Isso é o que precisamos construir no esporte brasileiro.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Futebol e literatura entram em campo na Bienal do Livro

G1

France Presse
RIO DE JANEIRO, 05 Set 2013 (AFP) - Bandeiras de times espalhadas por todos os lados, rostos conhecidos do futebol, torcedores de clubes rivais que passeiam lado a lado. Poderíamos pensar que se trata do Maracanã, mas estamos na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
É que nesta edição de um dos maiores eventos literários do Brasil, o futebol ganhou um lugar de destaque. Às vésperas da Copa do Mundo de 2014, a combinação entre literatura e futebol nunca foi tão prolífica no país.
De almanaques a biografias, o mercado de livros que gira em torno futebol está com alto rendimento. Segundo dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL), só em 2012 foram 300 novos títulos lançados sobre o tema.
No 'Placar Literário', espaço reservado ao tema na Bienal, é possível conhecer os novos - e velhos - títulos apresentados pelas editoras. Mas também há lugar para 'pensar' a paixão nacional. Afinal, foram programadas mais de 15 mesas de discussão sobre futebol.
'O amante do futebol quer ler e discutir, quer debater o futuro do esporte no país e agora é o momento ideal para isso', explica à AFP João Máximo, curador da mostra e sumidade quando o assunto é bola.
Por isso, além de discussões literárias - com autores e especialistas no tema - as mesas do Placar também abordaram temas atuais no mundo do futebol, como as recentes manifestações contra os gastos abusivos com a Copa do Mundo do ano que vem, ou as transformações pelas quais o esporte vem passando no Brasil.
'É hora de pensarmos o futebol como cultura brasileira, e não mais como um acessório, uma mera diversão. O futebol diz muito sobre quem somos', avalia João Máximo. Ele, que escreve sobre o tema há mais de 30 anos, fala numa mudança no perfil do torcedor, que não quer apenas assistir aos jogos, mas quer ler também. 'Quem torce quer saber o que se passa fora dos gramados, entender mais sobre seu time', diz.
-- Novidades em campo --
O economista Rapahel Bernardes, de 37 anos, deixou a Bienal com cinco novas aquisições sobre futebol. 'Tem de livro sobre a história do Fluminense a dois infantis para estimular a paixão desde cedo', brinca. Torcedor fanático pela seleção brasileira, ele levou as filhas Julia, 7, e Beatriz, 3, para dar um passeio pelo local. Para ele, o Painel Literário estimula uma 'torcida consciente'. Em 2014, 'seremos palco do maior evento de futebol do mundo, não podemos deixar a oportunidade passar'.
Impulsionada pelo Mundial, a nova safra de obras sobre futebol aposta em almanaques e guias, além de álbuns ilustrados. 'Ainda não temos uma literatura de futebol própria, com obras de ficção e romances com um estilo definido', afirma Marcelo Duarte, diretor da Panda Books, uma das primeiras editoras a apostarem na combinação e que, hoje, conta com 49 títulos exclusivamente sobre futebol.
-- Mais livros para quem? --
Para os aficionados pelo tema, a hora é de comemorar o aumento da oferta de obras futebolísticas. 'Nunca vimos tantos lançamentos de livros sobre futebol no país. Faço coleção de livros de futebol. Atualmente tenho perto de 200 títulos, e senti essa diferença de forma brusca', conta à AFP Clara Albuquerque, jornalista responsável por um site sobre futebol e autora de livros sobre o assunto.
Há dez anos, era preciso caçar livros sobre o esporte, hoje é possível escolher em meio a uma variedade muito maior. 'Acho que os profissionais da área perceberam a lacuna desse tipo de literatura. Infelizmente, o Brasil ainda é um país onde se lê muito pouco, mas acho que o futebol é um assunto que pode atrair novos leitores', avalia Clara.
Ela tem razão. Se o aumento de livros sobre futebol é um gol de placa para o mercado literário, ele não reflete um aumento real do número de leitores no Brasil. Divulgada em 2012, a pesquisa 'Retratos da Leitura no Brasil', do Instituto Pró-Leitura, revela que o brasileiro está lendo menos.
A média de livros lidos por todos os 5.012 entrevistados nos três meses que antecederam a pesquisa foi de 1,85 título em 2011, contra 2,4 livros em 2007. Ainda em 2011, 88,2 milhões de brasileiros haviam lido apenas uma obra. Os campeões de leitura na América Latina, Chile e Argentina, têm, respectivamente, uma média de 5,4 e 4,6 livros lidos por habitante ao ano.
A 30ª edição da Bienal do Livro acontece até o próximo 8 de setembro, no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Artista retrata grandes nomes da história do futebol mundial


O designer e ilustrador Daniel Nyari retratou 25 grandes jogadores do futebol. Nomes como Zidane, Messi, Sócrates, Gullit, Valderrama, Zico, Baggio, foram retratados com maestria pelo profissional.

A série “Playmakers” celebra algumas das lendas da história do futebol mundial.