quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Globo não renova acordo para a transmissão da F1





Emissora já está informando aos patrocinadores do projeto que a competição não estará na sua grade em 2021


A Globo não renovou os direitos de transmissão da Fórmula 1 para as próximas temporadas. De acordo com informações apuradas pela reportagem de Meio & Mensagem, a emissora já está comunicando seus patrocinadores da edição atual de que a competição automobilística, um dos principais produtos de sua grade esportiva, não deve mais ser exibida já a partir de 2021.

Algumas notícias publicadas na imprensa nos últimos meses já levantavam a possibilidade de a Globo deixar de exibir a Fórmula 1. A emissora vinha negociando com a Liberty Media, proprietária dos direitos, a renovação do contrato, que termina em 2020. A Globo chegou a fazer a proposta de uma revisão dos valores pelos direitos de transmissão, mas as duas partes não chegaram a um acordo. Procurada pela reportagem, a Globo ainda não respondeu sobre o assunto.

Caso a situação com a Liberty Media não seja revertida, será a primeira vez que a Fórmula 1 não estará presente na grade da emissora após décadas. A Globo exibiu as primeiras provas da competição em 1972. Porteriormente, a Band exibiu o campeonato no Brasil (inclusive, com a narração de Galvão Bueno). No início da década de 1980, a Globo retomou os direitos da competição e, desde então, vem exibindo a F1 continuamente, com exceção de algumas provas por conta de conflitos de calendário ou, por situações atípicas. Com o passar dos anos, o esporte foi se tornando um dos principais produtos esportivos da TV.

A temporada de 2020 da F1, no entanto, foi impactada pela pandemia da Covid-19, que obrigou a organização a rever o calendário para ampiar as medidas de segurança em relação aos atletas e equipes. Inicialmente prevista para começar em março, a temporada só deu a largada em julho e concentrou a maior parte das provas no continente europeu. Nessa revisão, o Grande Prêmio do Brasil, marcado para novembro, acabou saindo do calendário da F1 de 2020.

Patrocinadores

O pacote de transmissão da Fórmula 1 na Globo sempre foi um dos mais valiosos do mercado publicitário brasileiro. Para a temporada de 2020, Cervejaria Petrópolis, Nivea, Renault, Santander e TIM fecharam um acordo com a emissora para patrocinar as transmissões das provas, adquirindo, cada uma, uma cota de patrocínio com valor de tabela de R$ 98,950 milhões. Todos esses anunciantes já eram patrocinadores da Formula 1 no ano anterior, que teve, também, a presença da Net (Claro). A operadora, no entanto, não renovou o acordo para a temporada de 2020.

Profissionais do mercado publicitário costumam destacar que um dos maiores atrativos do pacote da Fórmula 1 é a entrega de mídia que ele proporciona ao longo de todo o ano. Além de aparecem nas provas, as marcas apoiadoras também são citadas em toda a programação da Globo, sempre em que é exibida alguma reportagem relacionada à competição.

A exibição das provas da temporada 2020 seguem normalmente na grade do Globo. Neste domingo, 30, será exibido o Grande Prêmio da Bélgica.


Após perder Copa do Mundo e Libertadores, Globo fica sem a Fórmula 1

 





REDAÇÃO Publicado em 27/8/2020 - 17h51 Dona dos direitos de transmissão da Fórmula 1 no Brasil desde 1981, a Globo deixará de mostrar as corridas da principal categoria do automobilismo a partir do ano que vem. O contrato com a ... - Leia mais em https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/apos-perder-copa-do-mundo-e-libertadores-globo-fica-sem-a-formula-1-41557?cpid=txt

segunda-feira, 22 de junho de 2020

O que pensam especialistas sobre a MP que muda direitos de transmissão

















Andrei Kampff
Lei em Campo 22/06/2020 04h04

A MP 984 traz uma revolução jurídica para o esporte e também na gestão esportiva. Ela pegou (a imensa maioria) os clubes, as entidades esportivas, os torcedores e o movimento jurídico de surpresa. Independentemente do mérito sobre o que ela trata, a imensa maioria dos especialistas entende que esse não seria assunto para se tratar através desse dispositivo legal. O art 62 da Constituição Federal estabelece que "em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional."... 




 

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Cade aprova fusão entre Fox e ESPN, que mostrará Libertadores

Órgão decidiu que canais Fox Sports continuarão no ar até dezembro de 2021
Por Erich Beting - São Paulo (SP) em 6 de Maio de 2020 às 11:52
A fusão entre Fox Sports e ESPN foi aprovada em uma reunião na manhã desta quarta-feira (6) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em um encontro de cerca de uma hora de duração, os conselheiros do órgão decidiram que os dois canais poderão ficar sob o guarda-chuva do grupo Disney, mas com algumas condições.
O Fox Sports deverá continuar no ar por pouco mais de um ano e meio, até o dia 1° de janeiro de 2022, necessariamente com a transmissão da Copa Libertadores em sua grade. O torneio, porém, poderá ser transmitido pelos canais ESPN, que também terão o direito de mostrar outras competições que atualmente pertencem à Fox.
Após esse prazo, a Disney poderá vender a marca Fox Sports, cumprindo determinação que vinha desde o processo de compra do grupo Fox pela empresa nos Estados Unidos. Assim, a tendência é que a estrutura, os direitos e os profissionais do Fox Sports sejam "herdados" pela ESPN a partir do início de 2022.
Foto: Reprodução
A decisão tomada pelo Cade foi baseada no relatório apresentado por Luis Henrique Bertolino Braido, que analisou todo o processo. Ele foi, inclusive, quem desqualificou o pedido feito pelo consório Rio Motor Sports (RMS), que tentou cancelar a sessão desta quarta-feira (6) alegando que tinha o interesse de comprar o Fox Sports e que só aguardava uma data para sacramentar a proposta.
Na visão de Braido, a RMS não apresentava histórico de conhecimento técnico sobre o mercado de televisão, o que fez a Disney desistir da venda e também convenceu o relator de que apenas a garantia financeira não seria suficiente para sustentar o negócio.
Na argumentação em favor da fusão, Braido também relatou que a fusão seria benéfica para o mercado brasileiro de televisão paga, uma vez que os canais Fox Sports têm tido prejuízo financeiro nos últimos anos e dificilmente conseguiriam manter seus negócios sustentáveis.
Segundo o relator, os contratos de direitos de transmissão da Fox foram todos feitos em moeda estrangeira, enquanto as receitas da empresa com publicidade são em reais. Isso, de acordo com Braido, afastou o interesse de três compradores que chegaram a manter contatos com a Disney para adquirir os canais Fox Sports.
Após um processo que durou cerca de 22 meses, a fusão entre os dois canais levou o Cade a decidir abrir uma outra investigação. O órgão quer, agora, analisar se as operadoras de TV por assinatura têm feito uma concentração de concorrência, reduzindo o poder de faturamento dos canais e fazendo com que eles não sejam atrativos financeiramente.
Na visão do relator, como há um baixo valor da mensalidade do assinante que é repassado aos canais, eles também não se tornam sustentáveis, como mostrou o próprio Fox Sports, que desde 2016 vem tendo prejuízo operacional. O inquérito de análise será aberto pelo Cade.


domingo, 20 de outubro de 2019

Bahia lança camisa manchada em manifestação ao vazamento

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Equipe tricolor entra em campo nesta segunda-feira contra o Ceará pelo Campeonato Brasileiro


Redação, O Estado de S.Paulo
20 de outubro de 2019 | 13h29

Bahia entra em campo nesta segunda-feira pelo Campeonato Brasileiro diante do Ceará com uma novidade. Para a ocasião, o time divulgou, neste domingo, que vai atuar com uma camisa manchada de preto, de óleo preto. A manifestação se deve pelo vazamento de petróleo que ocorre nas praias do Nordeste do Brasil e tomou conta do noticiário do País, ainda sem resolução.

Vazou... também na camisa do Esquadrão. 
Por medidas de redução do impacto ambiental e pela punição aos responsáveis, nossas camisas estarão manchadas de óleo no jogo de amanhã - como as praias do Nordeste.
As manchas de óleo foram detectadas na região pela primeira vez em 30 de agosto. Desde então, já houve 187 áreas afetadas em 77 municípios dos nove Estados da região. Ainda não se sabe a origem do vazamento. A força-tarefa de limpeza conta com 1.583 militares de 48 organizações e 74 civis, informou que mais de 200 toneladas de resíduos contaminados já foram isoladas. Moradores também ajudam nos trabalhos de contingenciamento do óleo.
Após a repercussão da camisa nas redes sociais, o Bahia também anunciou que elas serão leiloadas após a partida e a renda será revertida ao trabalho de limpeza das praias no Estado. 

🆘🏖️ A repercussão tá linda. Linda demais! Mas não ficaremos nisso. Camisas da ação serão leiloadas com renda revertida ao trabalho de limpeza das praias com manchas de óleo na Bahia


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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Qual o estágio das transmissões de futebol no Brasil?



ARTIGOS




Graças especialmente à entrada do DAZN na transmissão de eventos esportivos em 2018, uma pergunta comum que venho recebendo em palestras, apresentações de trabalhos e aulas (enquanto estudante de doutorado ou professor) é sobre a situação da transmissão do futebol no Brasil.
Apresentaremos a situação atual considerando a defrontação de capitais, seguindo adaptação da Economia Política da Comunicação dos estudos heterodoxos de análise de concorrência para análise dos mercados comunicacionais, entendendo, a partir de Possas (1987, p. 173, grifos do autor), que a concorrência é considerada como o “motor básico da dinâmica capitalista”, em que as estruturas de mercado representam a busca por derrubada e manutenção das barreiras à entrada e o alcance da liderança.
Quando comecei a estudar a apropriação midiática do futebol, em 2010, tínhamos um cenário claro. Controle do Grupo Globo (então “Organizações Globo”) na TV aberta, na TV fechada e na oferta do pay-per-view dos direitos dos torneios nacionais e da Seleção brasileira. Na TV fechada, a ESPN Brasil (Disney) transmitia os principais torneios europeus. Enquanto a Rede Record havia adquirido os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos (Verão e Inverno) por dois ciclos.
De lá para cá, a Record foi perdendo o fôlego na disputa por direitos esportivos, acabando praticamente com qualquer disputa na TV aberta, após a Globo atuar de forma muito forte para assegurar a transmissão exclusiva do Brasileiro a partir de 2012.
Entretanto, na TV paga, entraram os canais Fox Sports, com o bônus dos direitos da Libertadores, e o investimento do grupo Warner Media (então “Time Warner”) nos canais Esporte Interativo, que adquiriram por dois triênios seguidos os direitos da Liga dos Campeões da Europa. Isso acabou com o duopólio de concentração de direitos, gerando batalhas para a entrada nas duas principais distribuidoras do país (Net e Sky).
Fonte: eiplus.com.br
Assim, viveu-se uma década de grande aumento nos direitos de transmissão, numa tentativa de novos agentes de derrubar as barreiras de mercado presentes e se colocarem como líderes. É nesse âmbito que já em 2012 o Esporte Interativo desenvolve o EI Plus enquanto plataforma que poderia ser adquirida à parte (OTT – Over The Top), com a transmissão de todos os campeonatos que a empresa detinha os direitos, com alguns jogos em exclusividade apenas pela plataforma.
Porém, a tendência de crescimento de assinantes de TV paga mudou a partir de 2014, com crise econômica, aumento do desemprego e diminuição do salário real (descontada a inflação) e a maior oferta de plataformas de internet mais baratas. O efeito mais visível foi ver que a transmissão de eventos de forma exclusiva mudou para uma negociação por divisão e troca de direitos, com alguns deles não sendo adquiridos (casos dos campeonatos italiano e francês na temporada 2018/2019) e caindo no colo de novas plataformas.
Outros efeitos mais estruturais no mercado de TV fechada foram o fim dos canais Esporte Interativo em 2018; e a venda dos canais Fox para a Disney, forçando uma compra dos canais Fox Sports por outra empresa que não seja a própria Disney ou o Grupo Globo, o que pode redundar numa volta ao duopólio na TV fechada.
Enquanto isso, cada grupo produtor de conteúdo audiovisual passou a isolar a sua plataforma de streaming. Focando nos esportes, o Grupo Globo possibilitou a assinatura dos canais Combate e do Premiere FC apenas para mídias móveis, sem a necessidade de ser assinante de operadora de TV fechada; a Fox criou o Fox Premium; o EI Plus é ofertado também para clientes da Tim, da Nextel e da Vivo, dentre outros parceiros; enquanto surgiram diversas novas plataformas: DAZN; Live FC (Copa do Nordeste); My Cujoo (plataforma de transmissão de futebol com poucas câmeras e em acordos com a CBF e outras federações); TVN Sports (sociedade com o Grupo Netshoes) para esportes como futsal, basquete feminino e automobilismo; além das transmissões em Twitter e Facebook – com as quatro últimas sendo gratuitas.
Fonte: dazn.com.br
Quando a CBF resolveu transmitir dois amistosos da Seleção (contra Austrália e Argentina) na TV Cultura e pelo Facebook, tentando aumento nos valores recebidos para amistosos e jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA 2022 da seleção masculina principal, eu já via isso como um problema de limitação de acesso, pois a maior parte da população brasileira tem acesso à internet pelo pacote de dados de telefonia móvel, que não suporta por muito tempo transmissão de vídeo.
Além disso, a evolução tecnológica na transmissão de imagens (da TV digital à internet) trouxe mais demora para que o sinal seja exibido nas nossas casas, o que faz com que jogos na TV aberta ou anúncio de gols em aplicativos possam ser mais rápidos, podendo mudar a lógica de acompanhamento.
Mas o grande problema se vê neste momento, não só para o caso do nicho esportivo. A maior “oferta” de canais para acompanhar futebol faz com que o torcedor tenha que ser assinante de diversas plataformas, o que, na soma, pode dar mais que o pacote básico da TV fechada. Lembrando que não houve uma difusão de conteúdos esportivos relevantes (Brasileiros de Séries A e B, Liga dos Campeões da Europa, jogos de Seleção etc.) em plataformas de empresas diferentes, mas restritos àquelas de determinado conglomerado ou empresa. Num futuro próximo, isso pode se tornar um modelo inviável financeiramente para o mercado brasileiro – como já ocorreu na própria TV paga ao atingir seu ápice de assinantes.
A lógica já utilizada pelo EI Plus (Warner Media) nos parece ser uma solução possível em médio prazo, em que, além da venda direta para o cliente, o acesso a determinados torneios possa ser vendido em bloco por uma intermediária. O DAZN, por sinal, assinou acordo em agosto deste ano com a TIM para o Campeonato Italiano entrar no serviço de audiovisual da gigante de telefonia.
Assim, é importante olhar isso com cuidado, entendendo que estamos vivenciando um processo de mudanças e é difícil ter uma definição sobre o futuro. Basta olhar o que mudou no que se pensava há 5 anos, auge da Netflix na oferta de conteúdo audiovisual – viu-se nos últimos anos uma pluralidade de empresas atuantes no setor. Esses casos confirmam a seguinte afirmação de Possas (1980, p. 108):
Este [processo competitivo] aparece como um processo de ruptura da “estrutura competitiva” estabelecida, via de regra através da introdução de inovações (tecnológicas, de produtos, de novos mercados) ou da centralização de capitais existentes (em termos gerais, modificação na distribuição das parcelas do mercado, o que abrange a entrada ou saída de capitais no ramo considerado). O impacto desta alteração da “estrutura competitiva” tenderá a difundir-se ou a acomodar-se em maior ou menor rapidez, em função da própria origem e intensidade da ruptura inicial e das características estruturais (tecno-produtivas e de concorrência) do ramo em questão.
No caso da produção de bens simbólicos em plataformas midiáticas, as mudanças se dão cada vez num tempo menor e, inclusive, exigem mudanças na legislação – a Ancine esteve até o dia 14/10 com consulta pública sobre o impacto regulatório no VOD (Vídeo Sob Demanda). Resta acompanhá-las até o momento em que a estrutura possa vir a se acomodar.
Nota de fim
¹ Em agosto, eu participei de um episódio do podcast 45 de Acréscimo sobre “Novas formas de transmissão”.
Referências bibliográficas
POSSAS, Mário Luiz. Dinâmica e concorrência capitalista: uma interpretação a partir de Marx. São Paulo: Hucitec, 1989.
POSSAS, Mário Luiz. Estruturas de mercado em oligopólio. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 1987.