segunda-feira, 2 de março de 2015

Pelé, Bíblia, Guarujá: saiba as histórias por trás dos números de Medina e cia

Em 2015, competidores da Liga Mundial de Surfe passaram a adotar numeração fixa, como acontece em outros esportes. Brasileiros contam o porquê de suas escolhas

Por Gold Coast, Austrália


Assim como a Fórmula 1 fez no ano passado, a Liga Mundial de Surfe (WSL) adotou a numeração fixa para a carreira dos competidores. Gabriel Medina, por exemplo, pegou o 10. Kelly Slater, por sua vez, escolheu o 11. Até ano passado, os números eram baseados no ranking do ano anterior. A estratégia, comum principalmente em esportes americanos, visa criar mais um tipo de identificação dos competidores com o público, aumentando as possibilidades de exploração da imagem do atleta comercialmente. A organização da competição pediu para cada surfista enviar três opções de números, em ordem de preferência. Em caso de repetição de escolha, o competidor com melhor "seed" (ranqueamento) tinha prioridade. 
Confira os números dos brasileiros e o porquê das escolhas:
GABRIEL MEDINA #10
“Foi meu pai que escolheu”, conta Gabriel Medina. Curtindo merecidas férias na época do contato da WSL após a conquista do título mundial inédito, o fenômeno de Maresias concedeu ao padrasto e principal incentivador, Charles Rodrigues, a missão de escolher seu numeral. Ele levou as opções 1 e 10 para o garoto, que disse gostar das duas e acabou optando pelo segundo número.

– Ficamos na dúvida entre o 1 e 10. O Gabriel disse que gostava das duas. Mas já tinha esse lance de "Medina 10" por causa das notas e aí escolhemos. Mas tem essa coisa de futebol também, né? De Pelé, de não sentir o peso de vestir a camisa...

Gabriel Medina Surfe Gold coast (Foto: Luciana Pinciara)Gabriel Medina Surfe Gold coast (Foto: Luciana Pinciara)
MINEIRINHO #13
O 13, que para muitos dá azar, para Adriano de Souza é motivo de muita sorte. Segundo brasileiro mais bem ranqueado, Mineirinho deu uma lista de motivos para escolher o tão temido numeral:
– Tem muita coisa. Foi o dia que eu nasci, foi o dia que pedi minha mulher em casamento, ela nasceu também no dia 13, é o código de Guarujá, minha cidade... Minha primeira vitória no WCT foi também em um dia 13... É muita coincidência. Então pra mim o 13 não tem nada de azar, me dá muita sorte.
Adriano de Souza, Mineirinho - Gold Coast - Mundial de Surfe (Foto: Luciana Pinciara)Adriano de Souza, Mineirinho, em ação na etapa de Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara)

FILIPE TOLEDO #77
Já Filipe Toledo se inspirou na religião para desejar o 7. Como o número já havia sido escolhido pelo tricampeão Mick Fanning, o paulista ficou com o 77:
– O sete é um número que sempre gostei. E na Bíblia esse número é ligado à perfeição. Tem uma história espiritual por trás dele, um fundamento legal.
Felipe Toledo primeiro dia de competições em Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara)FIlipe Toledo primeiro dia de competições em Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara)

Outro que se inspirou na religião para fazer sua escolha foi o também paulista Miguel Pupo:
– Tenho muita ligação com os números 1 e 9. Nasci no dia 19/11/1991. Além disso, consegui chegar à elite com 19 anos. E 91 é o número do meu salmo preferido da Bíblia: “Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio”.
Miguel Pupo em ação na etapa de Gold Coast do mundial de Surfe (Foto: Reprodução/Instagram)Miguel Pupo em ação na etapa de Gold Coast do mundial de Surfe (Foto: Reprodução/Instagram)

Filho de Jaílson, um ex-jogador profissional de futebol no Rio Grande do Norte, Jadson André se inspirou nos gramados para escolher o número 5. Sua preferência inicial era o 9, que ficou com o taitiano Michel Bourez,
– Eu gostava de jogar futebol, mas meu número era o 9. Mas como alguém já tinha escolhido, peguei o 5. Lembro que o 5, na época que meu pai jogava futebol era o volante. E quando eu jogo bola, às vezes eu jogo de volante, porque dá para atacar, defender, fazer de tudo.
Jadson André - Gold Coast - Mundial de Surfe - primeira fase (Foto: Divulgação)Jadson André durante a primeira fase em Gold Coast (Foto: Divulgação)

WIGGOLLY DANTAS #6
Por ser um dos estreantes do tour em 2015, Wiggolly foi um dos últimos a escolher. Mesmo assim deu sorte de seu número preferido ainda não ter sido pego por nenhum competidor. 
- Tinha que escolher três números. Eu escolhi o 6, o 16 e o 8. Eu consegui o 6, que era o que eu queria. É meu número da sorte. Foi no dia 6 de fevereiro de 2002 que eu consegui meu principal patrocinador (a mesma do evento). Eu era pequeno, tinha 12 anos e era um sonho para mim.
Wiggolly Dantas na primeira fase da etapa do Mundial de Surfe, em Gold Coast (Foto: Divulgação)Wiggolly Dantas na primeira fase da etapa do Mundial de Surfe, em Gold Coast (Foto: Divulgação)



ÍTALO FERREIRA #15
Já Ítalo Ferreira, por estar estreando na elite neste ano, foi um dos últimos a escolher e disse que ficou com poucas opções:
– Foi o que sobrou né? Não tinha muita opção. Todo número que eu escolhia já tinha alguém. Eu queria o 22, mas já tinham pego. Mas o 15 é legal, é o ano que entrei na elite, né?
Ítalo Ferreira em ação na primeira etapa do mundial de surfe em Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara)Ítalo Ferreira em ação na primeira etapa do mundial de surfe em Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara)


Assim como Jadson André, Silvana Lima, única representante brasileira no feminino, se inspirou no futebol para fazer sua escolha:
–  Quando eu jogava futsal na escola em Paracuru, onde eu morava, sempre acompanhava o Roberto Carlos, eu era fã dele. Eu queria pegar o 10, por causa do Neymar, mas já tinham escolhido. Então escolhi o 6.
Silvana Lima primeiro dia de competições em Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara)Silvana Lima primeiro dia de competições em Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara)
Confira os números de todos os competidores do tour:
Masculino:
1º - Gabriel  Medina (BRA) - 10
2º - Mick  Fanning (AUS) - 7
3º - John John Florence (HAV) - 12
4º - Kelly  Slater (EUA) - 11
5º - Michel Bourez (PYF) - 9
6º - Joel  Parkinson (AUS) - 81
7º - Jordy Smith (ZAF) - 23
8º - Adriano De Souza (BRA) - 13
9º - Taj  Burrow (AUS) - 99
10º - Josh  Kerr (AUS) - 84
11º - Kolohe  Andino (EUA) - 22
12º - Owen  Wright (AUS) - 3
13º - Nat  Young (EUA) - 2
14º - Julian  Wilson (AUS) - 17
15º - Adrian  Buchan (AUS) - 21
16º - Bede  Durbidge (AUS) - 33
17º - Filipe Toledo (BRA) - 77
18º - Kai  Otton (AUS) - 16
19º - Miguel  Pupo (BRA) - 91
20º - Sebastian Zietz (HAV) - 14
21º - Fredrick Patacchia (HAV) - 88
22º - Jadson Andre (BRA) - 5
23º - Matt Banting (AUS) - 69
24º - Wiggolly  Dantas (BRA) - 6
25º - Adam  Melling (AUS) - 67
26º - Italo  Ferreira (BRA) - 15
27º - Matt  Wilkinson (AUS) - 8
28º - Keanu  Asing (HAV) - 4
29º - Dusty  Payne (HAV) - 87
30º - Jeremy  Flores (FRA) - 40
31º - Brett  Simpson (EUA) - 48
32º - Ricardo Christie (NZL) - 18
33º - CJ Hobgood (EUA) - 85
34º - Glenn  Hall (IRL) - 25
Feminino:
1ª - Stephanie Gilmore (AUS) - 88
2ª - Tyler Wright (AUS) - 13
3ª - Carissa Moore (HAV) - 10
4ª - Sally Fitzgibbons (AUS) - 1
5ª - Malia Manuel (HAV) - 8
6ª - Lakey Peterson (EUA) - 7
7ª - Bianca Buitendag (ZAF) - 27
8ª - Johanne Defay(FRA) - 21
9ª - Courtney Conolgue (USA) - 11
10ª - Laura Enever (AUS) - 44
11ª - Dimity Stoyle (AUS) - 22
12ª - Silvana Lima (BRA) - 6
13ª - Coco Ho (HAV) - 4
14ª - Sage Erickson (eua) - 17
15ª - Nikki Van Dijk (AUS) - 5
16ª - Tatiana Weston-Webb (HAV) - 9
17ª - Alessa Quizon (HAV) - 2


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